Tenho um segundo domicilio em Rio Preto em função do trabalho, mas meu ponto de apoio é Mirandópolis, diz Ezio Veronese

Tenho um segundo domicilio em Rio Preto em função do trabalho, mas meu ponto de apoio é Mirandópolis, diz Ezio Veronese

Ezio Macedo Veronese, nasceu em Penápolis em 1936, cresceu ajudando seu pai fazendo de tudo um pouco no posto de gasolina da família. Fez alistamento militar e chegou a ser Sargento do exército em Corumbá-MS, mas o estudo falou mais alto, voltou para se formar em Técnico de Contabilidade. Em 1960 comprou seu primeiro caminhão, trabalhava (no volante) puxando gasolina, depois a frota foi crescendo e começou a trabalhar com carga seca para os Irmãos Esteves e o Lourencinho. Hoje a empresa atua em diversos estados pelo Brasil, com 11 filiais e prestando serviço com foco em qualidade e segurança, um fato que ele se orgulha em contar, pois a empresa não registrou nenhum acidente nos últimos cinco anos, o que fez receber prêmios em nível nacional.

Confira abaixo o bate papo que tivemos com Ezio Veronese:

AGORA: Qual era o ramo de trabalho do seu pai? Você cresceu dentro de um posto de gasolina?
Ezio Veronese: Meu pai mudou para Mirandópolis em 1940 e começou a trabalhar inicialmente com depósito de bebidas. Em 1944 ele deixou esse setor pelas dificuldades e começou a trabalhar com posto de gasolina. O primeiro posto que ele teve era um posto Esso, na Avenida Rafael Pereira, depois mudou para a Shell. Nessa época eu estudava e ajudava meu pai como conseguia, fazendo de tudo um pouco.

AGORA: Ficou ajudando seu pai até quando?
Ezio: Em 1954 fui prestar o Serviço Militar e me dei muito bem. Cheguei a ser Sargento do exército em Corumbá-MS, mas deixei o cargo para terminar meus estudos. Sempre fui muito disciplinado e gostava do exército, lembro como hoje, fiquei doze meses, doze dias e doze horas.

AGORA: Saindo de Corumbá voltou para Mirandópolis?
Ezio: Isso, daí em 1957 me formei como Técnico de Contabilidade, sendo que naquele tempo fazia também o Curso Normal que dava direito de ser professor. Na sequência fui morar e trabalhar em São Paulo, mas não deu muito certo e acabei voltando para o interior no final de 1959.

AGORA: Voltou para trabalhar?
Ezio: Em 1960 comprei meu primeiro caminhão, trabalhava no volante puxando gasolina para o meu pai. Foi dando certo, tanto que em 1961 comprei mais dois caminhões e puxava carga seca para os Irmãos Esteves e o Lourencinho, quem tinha indústria de beneficiamento de café ou arroz. E assim a empresa foi crescendo. Em 1964 consegui abrir algumas filiais na região Noroeste Paulista para trabalhar com miudezas. Tinha em Lins, Penápolis, Birigui e Araçatuba. Só que em 1966 descobri uma malandragem entre os funcionários e precisei fechar essas filiais. Demiti 105 funcionários, indenizei todo mundo, na época tinha 19 caminhões e foi necessário vender 11 no total para pagar os ativos indenizatórios. Mas fiz tudo certinho, porque era o justo e o certo.

AGORA: Podemos dizer que praticamente começou do zero?
Ezio: Sim, precisei reiniciar as atividades dentro do ramo de combustíveis e comecei a expandir meu trabalho para outras cidades, pois naquela época quem pagava o frete era o governo. O produto era tabelado em nível Brasil, daí fui tocando minha vida e a empresa novamente foi crescendo. Era uma época em que a estrada era muito ruim, mas a gente trabalhava firme e ganhava dinheiro.

AGORA: E esse posto de gasolina (Av. Dr Raul da Cunha Bueno, 1356), começou quando?
Ezio: Só em 1967, ano que começamos a trabalhar fisicamente. Era bem pequeno, daí bem depois que compramos a lateral e aumentamos para onde tem o lavador de carro. Eu vivi todas as etapas possíveis, de dentro da boleia no volante até administração geral. Hoje meus filhos me ajudam e conseguimos abrir 11 filiais, entre elas Paulínia, Betim, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Goiânia, Brasília e Campo Grande. Em Itumbiara e outras cidades da região passamos a trabalhar com transporte de passageiros.

AGORA: Nunca pensou em sair de Mirandópolis?
Ezio: Temos segundo domicilio em São José do Rio Preto por conta do trabalho, mas meu ponto de apoio é Mirandópolis.


                       
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