Após dois meses do anúncio da mudança de prédio, paço municipal continua no Ginásio de Esportes

Após dois meses do anúncio da mudança de prédio, paço municipal continua no Ginásio de Esportes

Prometida para ocorrer ainda em 2019, a mudança de prédio do paço municipal do Ginásio de Esportes ao antigo prédio do Banco do Brasil (BB) – região central da cidade – poderá não ocorrer.

De acordo com o prefeito Everton Sodario (PSL) dois fatores foram considerados cruciais para o atraso da transferência: dívida do órgão municipal junto à concessionária de energia elétrica de cerca de R$ 245 mil e a troca de um padrão de energia.

Jornal apurou, contudo, que reprovação dos vereadores ao projeto de parcelamento de débitos encaminhado por Sodario esfriou a transferência, fazendo com que o prefeito estude agora aguardar a reforma do prédio com dinheiro da União oriundo do leilão de petróleo.

Sodario prometeu a mudança em 28 de outubro, dia nacional do funcionário público. Afirmou em vídeo a redução do valor do aluguel para R$ 5 mil mensais durante 12 meses e que havia ganho dois meses de carência (novembro e dezembro).

Todavia, até agora a transferência não ocorreu e pode inclusive ser descartada. O prefeito afirma que nenhum contrato foi firmado. Ao ser questionado se essa economia de R$ 10 mil valeria para esse ano, o prefeito disse que estava em conversa com o dono do imóvel.

No final da tarde do último do dia 31, entretanto, Sodario publicou em uma rede social o valor que o Município recebeu do Governo Federal referente a um leilão de campos de petróleo que a União havia vendido em 2010 para a Petrobras. Como as áreas possuíam mais barris de óleo do que o previsto no contrato, o excedente foi leiloado em novembro de 2019. Mirandópolis recebeu mais de R$ 1 milhão, conforme o prefeito.

Na mesma publicação, o chefe do executivo garantiu que o dinheiro será utilizado na reforma da prefeitura e do terminal rodoviário.

DÉBITOS

Segundo apurado pela reportagem, após a Câmara Municipal ter rejeitado um projeto de autoria do prefeito a ideia da mudança esfriou. O projeto solicitava aos vereadores autorização para que a prefeitura parcelasse débitos pendentes com a Elektro.

Na justificativa, porém, o prefeito afirmou que os débitos se tratavam de um período que abrangia as administrações da ex-prefeita Regina Mustafa (PV) e do prefeito interino Carlos Weverton (MDB).

A contradição ocorreu nesse momento. Carlos afirmou que não havia deixado débitos em aberto junto à Elektro no período em que o prefeito expôs na justificativa. Por conta disso, os parlamentares reprovaram o projeto por essa divergência.

Procurada , a Elektro informou apenas que a dívida já havia sido negociada com a prefeitura e que elaborava projeto de melhoria na rede para aumentar a carga do paço.

O jornal apurou que o prefeito poderia ter corrigido esse ponto de discordância e encaminhado à Câmara novamente, mas ele precisaria da concordância de todos os vereadores para nova votação.

Sodario não precisa pedir autorização aos vereadores para realizar mudança de prédio municipal, mas necessita da aprovação dos parlamentares para realizar qualquer tipo de obtenção de empréstimos e parcelamentos.

Atualmente, o Ginásio de Esportes que abriga departamentos municipais como Administração, Finanças, Compras, Tesouraria, Cadastro, Recursos Humanos e Desenvolvimento não possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Além de trabalharem sob risco, os funcionários têm que conviver com o intenso calor no local.

A reportagem percorreu alguns setores onde estão localizados os departamentos e constatou algumas rachaduras nas paredes. As pastas estão localizadas sob as arquibancadas.

A mudança de prédio foi determinada pelo então prefeito interino Carlos Weverton (MDB). Ele alegou à época que a estrutura metálica do atual prédio da prefeitura e do terminal rodoviária estava comprometida e que era preciso realizar a evacuação do prédio rapidamente.

O prefeito interino se baseou em um laudo de uma empresa de Valparaíso contratada pela prefeitura e na recomendação da Defesa Civil Municipal.

Alegando economia aos cofres públicos, Carlos Weverton transferiu parte dos departamentos do paço municipal para o ginásio. Todavia, não foi possível abrigar todos os setores no espaço esportivo, tendo que deslocar alguns para prédios próprios e outros alugados.

Foto: Eduardo Mustafa


                       
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