Coronavírus: mirandopolenses relatam situações no Japão e Itália

Coronavírus: mirandopolenses relatam situações no Japão e Itália

A pandemia do coronavírus (Covid-19) fez a Itália prorrogar as medidas de isolamento social. No país, o novo coronavírus matou mais de 16.500 pessoas, segundo informações divulgadas na segunda-feira (6) pelas autoridades. Já o Japão computa 3600 casos do coronavírus e 73 mortes, números relativamente modestos comparados aos dos Estados Unidos, da China e de algumas partes da Europa, mas especialistas médicos estão particularmente preocupados com a capital, Tóquio.

Segundo Gabriela Mari Takaki Ikegame, que está no Japão desde 2004 e mora em Yokohama, dentro da região metropolitana de Tóquio, as aulas foram canceladas há pouco mais de um mês, só que as crianças podem ficar no local se os pais precisarem trabalhar. “Apenas não podemos entrar, deixamos as crianças na porta, marcamos a temperatura em um papel e pronto”, explica Gabriela, que continua trabalhando normalmente.

Em relação aos produtos essenciais, a mirandopolense confirma que é permitido comprar um pacote de papel higiênico, um de lenço e um pacote de máscara por família, para que não falte para outras pessoas. “Estou com dificuldade de encontrar máscaras e papel higiênico. Aqui as farmácias acabam tendo um pouco de aglomeração de pessoas porque os japoneses ficam na porta esperando abrir pra garantir logo no primeiro horário”, confidencia Gabriela.

Gabriela informou que a população faz fila na frente da farmácia para comprar máscara

Já William Minoru Fujino, que está no Japão desde 2003 e atualmente mora em Kosai, uma cidade com cerca de 45 mil habitantes, seu trabalho continua normalmente, sendo que está tomando algumas prevenções para evitar o contagio. “O governo já liberou uma ajuda de custo de cerca de R$ 1100 por pessoa”, ressalta William, que lembra que o povo japonês já tem o costume de utilizar máscara se estiver com gripe (resfriado) para evitar a transmissão nas ruas, hábito que ele acredita que ajuda a conter o coronavírus.

CONFINADO NA ITÁLIA

Uma viagem que não tem fim, esse é o sentimento do engenheiro Érico Zini e da funcionária pública Eliana Munhoz, moradores de Mirandópolis que viajaram no final de janeiro para passear na Itália, com escala em Lisboa, em Portugal.

“Fizemos diversos passeios e conhecemos várias cidades. Quando já estávamos próximos da data de retorno fomos para a casa de um primo, em Medicina, que fica a cerca de 50 km de Bolonha, aqui o nosso drama começou”, conta Érico.

A pandemia declarada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no dia 11 de março fechou as fronteiras de Portugal e o cancelamento dos voos da TAP, empresa aérea pela qual eles retornariam ao Brasil.

“Cheguei a comprar um voo direto para o Brasil pela Alitalia de última hora para o dia 17 de março. Deixamos tudo pronto para o retorno. Porém, no dia 16, as autoridades de Medicina fizeram um bloqueio das fronteiras da cidade até o dia 3 de abril”, detalha Érico, que está em Medicina onde a cidade foi classificada como zona vermelha e colocada em quarentena por causa das infecções confirmadas pelo novo coronavírus.

Agora, o casal vive a expectativa de voltar no dia 16 de abril, sendo que se tiver liberação das autoridades vai tentar voltar ainda antes. “Planejamos uma viagem de 50 dias. No entanto, o coronavírus afetou a economia mundial. O euro está um absurdo e não temos mais tanto dinheiro em espécie. Se tivermos que ficar mais um mês vamos ter dificuldades, pois saiu fora do nosso controle”, revela Erico.

Érico e Eliana durante passeio pela Itália em fevereiro antes da epidemia. Foto: Divulgação

Quem também está na Itália é o mirandopolense Cezar Douglas. O treinador de vôlei revela ao jornal que está confinado em casa desde o dia 10 de março, sendo que a única saída é para ir ao mercado uma vez por semana. “Aqui só funciona os serviços essenciais e quando vou no mercado coloco máscara e luva, pois a situação aqui está bem complicada. Tenho encontrado todos os produtos, uma vez ou outra que não tem uma marca específica, mas não está faltando nada. Um detalhe é que não entram duas pessoas da mesma família no local e realmente existe um limite de pessoas no local para fazer compras”, explica Cezar Douglas.

Xuxa, como é conhecido por muitos em Mirandópolis, revela que na rua as medidas são rigorosas pelas autoridades, sendo que sem autorização para circular a pessoa é multada. “O campeonato de volêi está suspenso e vai ter uma reunião com representantes das ligas para ver se cancela ou suspende. Então estou na expectativa para ver como será o andamento para quando as coisas voltarem ao normal. Para ajudar os atletas demos um kit de academia para cada um do clube, assim eles se exercitam em casa três vezes por semana”, completa Xuxa.

“Para passar o dia estudo as estatísticas dos jogos, procuro aprimorar a língua italiana e de forma forçada, podemos dizer, estou aperfeiçoando a culinária italiana (risos). Mas o isolamento é fundamental e necessário para conter a disseminação do vírus. Espero que no Brasil o povo tenha consciência da importância do isolamento e da prevenção para acabar de vez com o vírus”, finaliza Xuxa.

Xuxa vai ao mercado uma vez por semana seguindo as regras locais

                       
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