Tião Canatto, 38 anos de comércio e muitas ações de solidariedade em prol de Mirandópolis

Tião Canatto, 38 anos de comércio e muitas ações de solidariedade em prol de Mirandópolis

Conversamos com Sebastião Geraldo Canatto, O Tião da Padaria Nossa Senhora Aparecida, um mirandopolense que nasceu em 1960 e cresceu no Amandaba em um sítio. Perdeu o pai aos 19 anos, sendo que logo depois sua família resolveu vender a propriedade rural para comprar a padaria, local que completa esse mês 38 anos de história. Atuante na parte social, Tião se diz um apaixonado por Mirandópolis e por comércio, confira abaixo a entrevista completa.

Nasceu e cresceu por aqui?
Nasci no Amandaba, em 1960, lá moramos por muitos anos em um sítio onde éramos em sete irmãos. Meus pais tinham plantação, de tudo um pouco, café, milho, amendoim, mamão, entre outras coisas, dependia muito da época.

Quais as lembranças de Mirandópolis?
Brinco que não tenho muita lembrança da cidade quando era pequeno porque acabava não vindo muitas vezes para cá. Como éramos uma família grande, com várias crianças, meus pais não tinham condições financeiras de trazer sempre, então ficávamos aguardando uma data especial para andar pelo comércio e ir visitar amigos da família.

Ficou no sítio até quando?
Perdi meu pai em 1979, tinha 19 anos, e foi bem difícil. Daí continuamos cuidando do sítio, até que em 1982, quando tinha 22 anos, apareceu a padaria em nossas vidas. Lembro que meu irmão, o João, chegou falando que o Nelson Frazilli queria vender a padaria, com isso vendemos o sítio para comprar o estabelecimento porque a vida lá não estava nada fácil.

Como foi o início na padaria?
Bem difícil, porque não tínhamos conhecimento, nem da parte de fazer o pão e muito menos da gestão administrativa do negócio. Lembro que ficou um rapaz que ajudava no balcão, o Leo Bosso, assim como outros dois padeiros. No começo foi complicado, mas conseguimos superar as dificuldades. Alguns irmãos saíram e hoje eu e o meu irmão Luis que cuidamos. Comércio é um negócio que você nunca para de aprender, cada dia tem uma novidade e vamos evoluindo no que for possível.

Você sempre ajudou nas causas sociais?
Isso vem da minha mãe (Antônia), já que ela sempre ajudou muita gente em Mirandópolis. Ela era daquelas que em todo momento procurava auxiliar alguém, era aqui na padaria, em casa ou mesmo visitando as pessoas em suas residências, tenho isso bem forte na lembrança. Acredito que puxei isso dela, pois participei do Lions, da diretoria da Apae, fiquei na presidência da Amai, na Maçonaria fui bem atuante em projetos sociais, entre outras ações. Ajudo como posso, tem vez que consigo contribuir com mais e as vezes na dificuldade não consigo o tanto que gostaria. Isso nem precisa colocar na entrevista, mas para você ter ideia, hoje tem cerca de 40 pessoas que ajudo diariamente doando pão para ajudar na alimentação, pode parecer pouco, mas de certa forma auxilia a pessoa a ter um pão na mesa para dar para o filho.

O que mais gostaria de fazer no social?
Queria ajudar mais na parte da saúde. É que muitas pessoas me procuram pedindo uma cadeira de roda, outros solicitam cama hospitalar, daí precisamos pedir emprestado de uma entidade para ajudar outra, ou alguém da sociedade que não tem condições. Queria ter condição para estruturar melhor uma entidade para ficar focada nessa questão, mas infelizmente o momento é bem complicado.

Já teve convites político?
Para me candidatar, mas no momento não tenho pretensão.

Comércio é a sua vida?
Em agosto completamos 38 anos de história com a padaria em Mirandópolis. Falar que é fácil, não é, mas sou um apaixonado pelo comércio.

Nesse momento de pandemia, pode deixar uma mensagem?
As pessoas precisam acreditar mais em nossa cidade. Muitas vezes é necessário parar de reclamar e ajudar o próximo sem olhar a quem. Agora é um momento que todos precisam de paciência para superar essa pandemia, mas não podemos esquecer dos mais necessitados. O recado é esse, ajudar o próximo, pois o mirandopolense é um povo bom de coração.


                       
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