Especial candidatos a prefeito: ‘Nós não temos a velha política nos rodeando’, afirma David Boaventura

Especial candidatos a prefeito: ‘Nós não temos a velha política nos rodeando’, afirma David Boaventura

O jornal AGORA NA REGIÃO inicia a partir desta edição entrevistas com os candidatos a prefeito para as eleições municipais do dia 15 de novembro. Estabelecendo como critério ordem alfabética, o primeiro a conceder entrevista é David Boaventura da Silva, candidato pelo PSDB. Em sua fala, David criticou Sodario pelas promessas feitas na eleição suplementar do ano passado e que não foram cumpridas e disse que ele foi mais um a aproveitar da onda Bolsonaro para obter votos. O candidato aposta no setor da agricultura para geração de empregos no município. Confira abaixo a entrevista completa.

Na última eleição que o sr. participou foi derrotado pelo atual prefeito com a diferença de 1.920 votos. O que faz o sr. acreditar que desta vez será eleito?
Cada eleição é uma história. Eu não entro desgastado na eleição porque não fui eleito. Tenho um colégio eleitoral que votou em mim na última eleição de 4.232 votos e considerando o eleitorado que compareceu às urnas foi muito pequeno e evidentemente temos muito voto na zona rural e nos assentamentos, e esse povo não veio votar. Por ter sido uma eleição fora de época, o pessoal preferiu pagar a multa do que ir votar. Lembrando também que no dia daquela eleição o tempo mudou bruscamente após meio dia. E nosso eleitorado que iria votar na parte da tarde acabou não indo. E não podemos esquecer também o ‘fenômeno Bolsonaro’, que estava no auge, e o outro candidato usou muito isso a seu favor. E hoje encontramos muito eleitor que não está mais com ele. Acho que o eleitor tem que ter opção. E hoje temos três candidatos. Então convidei meu amigo Macaxeira para poder participar. Estamos em uma pandemia e o recurso é pouco. Acredito que poucos vão deixar de votar em mim porque não fui eleito.

Quase um ano depois vocês voltam a se enfrentar. O que tirou de lição em comparação a última disputa?
O fator maior é que a política tem grupos que se formam e as redes sociais são fundamentais na opinião do eleitorado. Naquela eleição, eu tinha pesquisas sérias de que tínhamos uma ampla vantagem do outro candidato, 10 dias antes das eleições. O método que ele usou, falando em mudança, na verdade não existia. Ele tinha políticas velhas junto com ele, entre eles o presidente do Democratas. O povo se empolgou nessa ‘mudança’ que não ocorreu. Na época se comentava muito em mudança e as pessoas saíram falando que eu seria apoiado por um grupo político e infelizmente isso atrapalhou. Nós não temos a velha política nos rodeando.

Mas os 4.232 votos que votaram no sr. foi por rejeição ao Sodario ou por acreditarem em seu trabalho?
Acho que o atual prefeito fez muitas promessas que não cumpriu. E ele não pode culpar a pandemia. Prometeu a venda do carro oficial e não fez. Disse que iria diminuir os cargos comissionados e não fez, pelo contrário, trouxe gente de fora para tomar serviço da nossa população. Sem falar na auditoria que iria fazer no segundo dia de governo, e não fez também. Muitas promessas para poder conquistar o eleitorado. O eleitor não é burro não. Ele percebe isso. Na verdade ele está fazendo coisas que outros prefeitos tinham encaminhado. Sobrou o bolo para ele colocar a cereja. Muitos eleitores dele já estão comigo e apostando na gente. Acredito que os votos que perdi para ele, vamos recuperar.

Como o sr. avalia o trabalho de Sodario até aqui?
Médio-baixo. Como ele entrou com várias promessas de recursos, pelo que fez foi muito pouco. Pelo potencial que ele se apresentou foi muito pouco.

O sr. acredita que pode sofrer perda de votos por conta de seu partido, o PSDB?
Acredito que não. O partido dos filhos do Bolsonaro estão aí com a rachadinha. Cada cidade tem seu representante. O partido que estou é o mandatário por mais dois anos no Estado de São Paulo. E Mirandópolis perdeu muito pela afronta do atual prefeito com o governador. Se continuar esse mandato aí, pode esquecer de recursos para Mirandópolis. Quando ando pela cidade vejo uma placa do governo do Estado. Todo recurso que veio para a cidade é do governo estadual. O prefeito que é do partido do governador tem probabilidade maior de receber recursos.

Como resolver a questão do prédio do novo Fórum?
É aí que eu digo para você. O interesse maior hoje é do governador. Ele não vai deixar uma obra que começou inacabada. Eu acredito que pela briga do prefeito com o governador atrapalhou.

O sr. tem batido na tecla sobre a importância de promover a agricultura local. Como pretende fazer isso?
Pessoal procura tanto por indústria. Mas toda matéria-prima da indústria sai da terra. Temos hoje uma das maiores extensões territoriais do Estado de São Paulo. E na realidade a nossa agricultura está abandonada. Não temos, por exemplo, matéria-prima para montar uma fábrica de polpa, igual Guaraçaí. Nós, com tanta terra, com tantos assentados, estamos largados. Não é só plantar. Precisa ter acompanhamento. Se não trabalharmos nessa linha, não vai sair nada. O PIB brasileiro cresceu esse ano dentro do agronegócio, os insumos. Não temos confinamento de bois, porcos e frangos. Tudo que produzimos exportamos. O produtor rural vai alimentar as indústrias. Nossa população está diminuindo porque nossos jovens estão saindo para procurar emprego. Em minha empresa mesmo recebemos pessoas todos os dias procurando emprego. Um exemplo, o Governo Federal liberou bilhões de reais para a agricultura. Eu não tenho conhecimento que veio esse recurso para Mirandópolis. É uma causa que temos que lutar.

Em seu plano de governo, o sr. afirma que irá ampliar o atendimento na saúde aos idosos. De que forma isso irá funcionar? Contratação de médicos geriátricas?
Hoje a nossa população está ficando mais idosa. E é um público que as autoridades públicas não olham. Temos que ter um projeto de vida para esse pessoal. Idoso não é só hospital. Tem que ter lazer. Precisamos ter uma dinâmica especial ao idoso. Estamos estudando isso.

Também no plano de governo, o senhor diz que irá estimular o trabalho social remunerado na formação de jovens no campo e na cidade. De onde o sr. irá tirar dinheiro para isso?
Temos Sebrae e institutos que promovem cursos, adequando a mão de obra. Nosso município viveu muito tempo no entorno da cana. E não tinha mão de obra especializada. A máquina tomou conta. E hoje temos déficit dessa mão de obra. Temos que preparar os jovens para se adequar à nova realidade. Vamos criar um departamento para que possa incentivar o preparo do ser humano.

Qual a mensagem que o senhor deixa aos seus eleitores?
Sou um morador por 30 anos em Mirandópolis. Eu quero que o eleitor acredite em mim e no Macaxeira pela experiência de vida que temos. Nunca ficamos deitados esperando a morte chegar. Sempre fomos atrás. O Brasil é um país difícil para o empreendedor. De 10 em 10 anos levamos uma paulada do setor econômico. Você jovem saiba, meu objetivo maior é geração de emprego. Vamos trabalhar nesse setor.


                       
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