Alcídio Zagatto, Pedro Maciel e Sebastião da Silva: confira as histórias dos sapateiros de Mirandópolis

Alcídio Zagatto, Pedro Maciel e Sebastião da Silva: confira as histórias dos sapateiros de Mirandópolis

O Dia do Sapateiro é celebrado anualmente em 25 de outubro, um artesão que executa a arte de fabricar e consertar sapatos, uma das profissões mais antigas que existem. Atualmente, com as indústrias da moda, esse trabalho não é mais tão usual como antigamente. No entanto, em Mirandópolis temos nomes conhecidos como Alcídio Zagatto, Pedro Maciel e Sebastião da Silva, figuras tradicionais que ainda estão trabalhando como sapateiros.

Alcídio Zagatto
Zagatto nasceu em dezembro de 1934, em Itajobi, perto de Catanduva. Saiu de lá aos 8 anos de idade para morar em Lavínia, seus pais tinham um armazém. “Depois de um tempo em Lavínia fomos morar no Amandaba, onde meu pai abriu uma sapataria por volta de 1946. Trabalhava eu e meus irmãos (Armindo, Alécio e Aristide). Mesmo com 12 anos já trabalhava, não tinha escolha, fazia bota e também atendia os fregueses”, lembra.

O sapateiro explica que depois de alguns anos seu pai vendeu o armazém e comprou uma chácara depois do falecimento da mãe. “Ele vendia fruta e nós (irmãos) ficávamos cuidando da sapataria. Depois meu irmão Armindo casou e mudou para Lavínia. Na sequência foi a vez do Alécio casar, daí ele foi trabalhar no Bradesco. Foi quando meu pai decidiu vender a sapataria, daí vim para a cidade, vim trabalhar no Rokuro Kido, fiquei uns três anos trabalhando com ele, depois passei a trabalhar com o português, o Ernesto da Silva Pereira”, recorda Zagatto

Depois de alguns anos, Zagatto resolveu montar seu próprio negócio no Amandaba, isso por volta de 1983. “Fiquei lá cinco anos, daí vim para Mirandópolis e montei uma sala onde tinha o prédio da farmácia do Silvino Espirito Santo. Com o tempo consegui construir minha casa, sendo que na frente montei a sapataria onde estou até hoje”.

Zagatto comenta que esse ano está sendo bem difícil principalmente pelo falecimento da esposa. “Foi uma profissão (sapateiro) reconhecida que hoje podemos dizer que infelizmente acabou. Hoje meus clientes são pessoas que trabalham na agricultura, que me procura porque precisam de um calçado reforçado. Também faço barato, é uma forma de ajudar quem precisa. Pretendo parar de trabalhar no fim do ano, se Deus quiser, cansei (risos), vou fazer 86 anos e mereço um descanso”, completa Zagatto.

PEDRO MACIEL
Pedro Durval Maciel chegou em Mirandópolis nos anos 70, vindo de Guaracaí. Na juventude começou a trabalhar com seu pai na roça de café e algodão, onde ficou até por volta dos 20 anos. Ele lembra que seu início na profissão foi engraxando e consertando calçados na sapataria do Geraldo Ferreira, em frente a Casa Moreira.

“Montei meu negócio há mais de 30 anos, no mesmo ponto que estou hoje, do lado do Posto Veroneze 1. Antigamente era uma profissão reconhecida e tinha muito mais serviço, era tudo diferente porque era tudo couro. Hoje é sintético e não é pregado, é na base da cola. O diferencial para sobreviver é se adaptar ao novo mundo e se atualizar para conseguir sobreviver da profissão. Uma cola que não usava e que hoje precisamos ter para acompanhar o mercado. Tenho muito orgulho da minha profissão, é o que vou fazer até o fim da minha vida”, ressalta Maciel.

SEBASTIÃO DA SILVA PIRES
Sebastião da Silva Pires nasceu em 1936 em Iguatemi, na Bahia, sendo que chegou em Mirandópolis em 1948. A profissão de sapateiro começou em 1975, e desde então reforma calçados e faz trabalhos de selaria em geral. “Somente nesse ponto (rua Rafael Pereira.) estou há quase 25 anos, tenho mais de 45 anos de profissão. Já passei anos difíceis, mas consegui criar 10 filhos que estão amparados e estabelecidos por causa da minha profissão”, conclui Sebastião.


                       
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