‘Tive experiências transformadoras que me trouxeram para o Centro’, lembra Rogerio Bezerra, presidente do Unebem

‘Tive experiências transformadoras que me trouxeram para o Centro’, lembra Rogerio Bezerra, presidente do Unebem

Conversamos com Rogerio Bezerra de Souza, presidente do União Espirita Bezerra de Menezes (Unebem) em Mirandópolis. Formado em Economia e Direito, Rogerio iniciou sua trajetória no Centro em 2009, depois de viver algumas experiências transformadoras. Confira abaixo a entrevista completa.

Conta um pouco sobre sua vida?

Nasci em 1975, em Mirandópolis, sou filho de Rubens Bezerra e Maria Lucia, e tenho uma irmã, a Daniela. Vale lembrar também do meu avô Raimundo Bezerra, que construiu sua vida no município. Ele faleceu aos 100 anos de idade, a presença dele foi uma grande escola. Apesar de eu nascer aqui, morava em Pereira Barreto, onde ficamos até 1985. No município estudei no Edgar e Noêmia, depois sai para fazer faculdade de Economia (Andradina) e Direito (Adamantina). Nesse espaço de tempo passei em concurso público, onde tomei posse em 1994, como agente de segurança penitenciaria.

Como conheceu o Centro?

Eu venho de berço católico, mas sempre tive percepções e sensibilidades, enxergava algo, mas nunca entendia muito. O grande divisor de águas foi no final de 2008, início de 2009. Recordo que estava dormindo e tive uma experiencia bacana. Sai do corpo e me vi deitado na cama, fui até a sala, me sentei no sofá e veio uma entidade, pessoa ou espirito, não importa o nome, mas uma luminosidade que não consegui, até hoje, presenciar algo tão limpo como essa experiência. Essa pessoa sentou na minha frente e ficamos conversando, mas não era uma troca de ideias com voz, era por pensamentos. Foi nessa experiencia que percebi a grandiosidade da vida e como vai além do que vivemos. Me recordo que quando escutei o despertador voltei pro corpo na “velocidade da luz”. Quando acordei as sensações em minha volta ainda estavam ali. O que me chamou atenção nessa experiência foi o amor depositado, foi muito profundo.

Essa experiência te assustou?

Já vinha com uma certa percepção desde criança, mas não entendia por falta de conhecimento. Daí conversando com meu primo, o Renato, ele falou para ler a Projeção Astral, do autor Waldo Vieira, daí passei a entender um pouco a experiência que tive. Depois disso tive uma outra situação que me trouxe de vez para o Centro. Em março de 2009 iria participar de uma confraternização, quando cheguei no local começou uma dor muito forte nas minhas costas, como se tivesse pegando fogo e sendo apunhalado. Falei que precisava ir embora, tirei a camiseta e sai correndo. Fui para a Casa de Saúde, a enfermeira fez os procedimentos, mas não baixava a pressão e a dor não diminuía. Eu pedia para colocar gelo, foi quando pela minha insistência compraram uma barra de gelo, mas também não resolveu. Chegaram pessoas para orar, estava lá há mais de hora com dor, foi quando veio na minha mente que precisava entrar embaixo de água corrente para “limpar essa dor”. A enfermeira relutou, mas vendo meu desespero arranjou um banheiro, quando entrei, de roupa e tudo, a água corrente bateu no meu corpo e tirou toda aquela angústia que estava sentindo. Naquele dia tive a certeza que teria que estar aqui (no Centro), precisava desenvolver um trabalho nessa casa. Vim em abril de 2009 e estou aqui até hoje.

Qual a sua trajetória no Centro?

Aqui foi muito fácil, parecia que conhecia as pessoas. Comecei como todos, estudando e praticando, pois nunca tinha tido contato com a doutrina espírita. Nesse espaço de tempo comecei a participar de grupos, em janeiro de 2011, na época o Seu Valmir era o presidente, me convidou para montar um laboratório. Com o desenvolvimento, em 2015, assumi a presidência da casa, onde estou até hoje, são quatro mandatos desde lá.

Qual o horário de funcionamento?

Temos atividades praticamente todos os dias, agora com a pandemia estamos retomando aos poucos, principalmente nos atendimentos às pessoas com problemas espirituais, depressão, problema de saúde material e espiritual. Vale ressaltar que toda segunda-feira (20h) temos a reforma intima sem martírio, tem um grupo atuando que chamo de terapia em grupo, pois são livros da Ermance Dufaux, psicografado por Wanderley Oliveira. Ela traz uma psicologia muito bacana, gostosa de participar. Na terça e quarta-feira temos atividades mediúnicas para os trabalhadores da casa. Na quinta, a partir das 20h, temos a reunião pública, onde as portas estão abertas para todos. Assim como aos sábados, a partir das 15h, temos atividades para quem quiser conhecer melhor e participar.

Vocês realizam trabalhos sociais?

Atendíamos no Hospital Estadual e na Amai, mas por conta da pandemia as atividades foram suspensas. Além disso, na última quarta-feira do mês, atendemos famílias carentes com cesta básica. Hoje são 55 famílias que são devidamente atendidas, temos um grupo que vai as casas entender as necessidades, pois temos lista de espera. Quem puder doar, tanto em alimentos como em dinheiro, será de grande ajuda. É um trabalho assistencial realizado há muitas décadas, infelizmente vem aumentando por causa da situação que o país está vivendo.


                       
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