‘Tenho muitas histórias vividas e algumas outras ainda por viver em Mirandópolis’, ressalta João Geraldo

‘Tenho muitas histórias vividas e algumas outras ainda por viver em Mirandópolis’, ressalta João Geraldo

Conversamos com João Geraldo Roveri, conhecido pelos mais velhos por suas cantorias e pelos mais novos pelo seu carro de som. Mirandopolense, João Geraldo nasceu em 1956, casou em 1980 (tem uma filha e uma neta), e percorreu toda região tocando no Fac Simile e depois em carreira solo. Com passagem marcante pela rádio Jacarandá, desde 2009 sua renda é com as propagandas em seu carro de som. Confira abaixo a entrevista completa.

Nasceu aonde?

Sou mirandopolense com muito orgulho. Nasci em 1956, cresci em uma casa com pai, mãe e quatro irmãos. Estudei no Edgar e Noêmia, e depois um período em Andradina. Na época falava técnico, é como o segundo grau de hoje.

Quais as lembranças da infância?

As melhores possíveis, pois brincávamos na rua, era a melhor coisa para se divertir. Sou antigo (risos), sou da época das ruas de terra, da implantação do esgoto, que ficávamos pulando os buracos, chegava em casa era terra no corpo todo, bons tempos que deixou saudade.

E a música na sua vida?

Comecei cedo, com 15 anos já tinha aprendido a tocar violão e comecei a cantar nos bailes. Primeiro foi violão, depois fui aprendendo a tocar contrabaixo e teclado. Sempre tive muita facilidade com instrumentos.

Tocava em nossa região?

Isso, mas lembro que com 17 anos fui tocar no Paraguai, precisei pegar autorização dos meus pais para poder viajar. Lembro que fizemos alguns bailes. Uma outra história engraçada foi quando fui tocar em um circo. Andava toda região da Alta Paulista, fiquei sumido uns tempos trabalhando no circo, até ser chamado pra tocar em um grupo musical (risos) e voltar.

E o Fac Símile?

Para quem não lembra foi um conjunto musical formado por mirandopolense que ficou famoso (risos). Tocamos na região toda, tenho muito orgulho em dizer que a música fez parte de grande parte da minha vida. Foi nos anos 70 que formamos, teve um mês de dezembro que tocamos em 25 festas, praticamente todos os dias tinha algo.

Depois mudou de grupo?

Toquei na Banda Sete e Red Boys, foi nessa época que morei fora de Mirandópolis por alguns anos. Fiquei um ano em Birigui e um ano em Araçatuba, depois morei cerca de dois anos em Andradina. Falo morei porque a casa estava nessa cidade, mas vivia na estrada tocando.

E depois foi cantar sozinho?

Tive alguns parceiros, como a Denise e o Alexandre, nos anos 80 e 90, depois fiquei bons anos cantando sozinho em bares, casamentos e festa privada. Sempre gostei muito de música, do ambiente descontraído das festas. Levei até 2009, depois comecei a trabalhar com o carro de som.

Teve a passagem pela rádio Jacarandá?

Verdade, bons tempos! Lembro de passar no comercio e os rádios estarem ligados na Jacarandá, foi uma febre e o pessoal acompanhava os programas. No domingo passava na rua Rafael Pereira e só escutava os carros ligados na rádio, tenho saudades daquele tempo. Hoje com a digitalização e as redes sociais mudou um pouco o formato, o rádio ainda é forte, mas é um modelo diferente.

E como surgiu o carro de som?

Trabalhava na rádio Jacarandá e já me preocupava com o futuro porque sabia que poderia ficar sem aquela renda. Então comecei em 2009 anunciando falecimento em parceria com as funerárias, mas o comercio foi entendendo a importância da propaganda e fui aumentando os clientes. Desde lá não parei mais, graças a Deus, é um formato que deu muito certo na cidade, passo o dia todo anunciando.

E Mirandópolis na sua vida?

Acompanhei todo desenvolvimento político e comercial. Brinco que já estou acompanhando a quarta geração, porque teve a geração dos meus pais, a minha, passou a minha filha e já veio a neta. Nasci, cresci e vou morrer por aqui, tenho muitas histórias vividas e algumas outras ainda por viver em Mirandópolis.


                       
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