‘Fomos criados no meio de desafios e superações’, recorda os irmãos Valnei e Vladimir, da Mercearia Jomar

‘Fomos criados no meio de desafios e superações’, recorda os irmãos Valnei e Vladimir, da Mercearia Jomar

Conversamos com Valnei e Vladimir Martins, da Mercearia Jomar, para conhecer a trajetória de vida dos irmãos. Apesar de nascerem em Lavínia, em 1970 chegaram ainda criança em Mirandópolis porque o pai comprou uma mercearia, que depois foi transformada em uma loja de cerâmica artesanal. No final dos anos 90, os irmãos voltaram para o ramo de hortifruti, onde estão até hoje atendendo a população. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi a infância?

Vladimir: nascemos em Lavínia (Vladimir em 1961 e Valnei em 1964), onde ficamos até 1970. Meu pai foi mascate, trabalhava com carrinho vendendo as coisas nos sítios, fazendas e vilas. Lembro bem, tenho boas lembranças dessa época, já o Valnei por ser mais novo não tem muitas recordações.

E os estudos?

Valnei: meu pai sempre incentivou a trabalhar e ficar do lado dele. Fiz somente até a oitava série. O meu irmão já deu seguimento, é formado em Administração de Empresas. Me dediquei desde cedo a trabalhar com meu pai, com uns 13 anos já estava com ele na feira e no comércio.

Mudaram para Mirandópolis em 1970?

Valnei: isso, meu pai comprou um estabelecimento em Mirandópolis e montou uma mercearia aqui, deixando de mascatear nas propriedades rurais. Algumas tias, irmãs do meu pai, ficaram com o negócio dele em Lavínia, e nós viemos para cá.

Teve um período que mudaram de atividade?

Vladimir: meu pai mudou de ramo nos anos 80, ele começou a trabalhar com cerâmica artesanal de Porto Ferreira. Foi um período que parou com o ramo de hortifruti, foram cerca de 15 anos vendendo cerâmica para todo Brasil. A central era em Mirandópolis, sendo que meu pai vendia, eu buscava em Porto Ferreira e o Valnei era responsável pela entrega. Mas não ficávamos só na região não, viajava vendendo no Paraná, Goiás, Mato Grosso, percorria o Brasil.

Quando voltaram para o ramo?

Vladimir: no final dos anos 90, já tínhamos a nossa família e meu pai queria parar com o negócio da cerâmica. Foi quando eu e o Valnei decidimos voltar pro ramo da mercearia. Então fechamos a loja de cerâmica e artigo de presente para voltar as nossas origens. Meu pai sempre ensinou a driblar a dificuldade, o comercio é assim, então fomos criados no meio de desafios e superações. Faz 25 anos que estamos tocando diretamente a mercearia, foi daqui que criamos e estudamos nossos filhos (cada um tem dois filhos).

Qual o sentimento por Mirandópolis?

Valnei: Mirandópolis é a minha vida, me sinto em casa porque conheço todo mundo e tenho amizade com muita gente. Quando olho para trás tenho muita gratidão por ter criado meus filhos e trabalhado a vida todo no município. O comercio me ajudou muito, só tenho o que agradecer a população de uma forma geral. Não temos do que reclamar, esses 50 anos foram bem vividos e felizes.

Quais as lembranças mais antigas da cidade?

Vladimir: tenho saudade da infância porque era uma época de uma amizade muito forte entre as pessoas. De sentar no banco da praça, de ir na sorveteria do Seu Asman, de ver os gols do Fantástico na Sorveteria Maraba. Nos anos 70 e 80 a diversão era trocar figurinha e ler gibi, hoje você vê que as crianças perderam essa interação. Agradeço muito a infância e juventude que tive, uma interação com a sociedade como um todo.

Qual mensagem deixa para a população?

Valnei: agradecer o povo de Mirandópolis pela força que sempre nos deram. Com as nossas condições procuramos estar sempre atualizado e servindo o cliente da melhor maneira possível. A nossa preocupação no comercio é satisfazer o cliente, esperamos conseguir atender os mirandopolenses por muitos e muitos anos (risos).


                       
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