‘Meu pai vendeu a granja em Lavínia para comprar a lotérica, são mais de 30 anos em Mirandópolis’, recorda Castor

‘Meu pai vendeu a granja em Lavínia para comprar a lotérica, são mais de 30 anos em Mirandópolis’, recorda Castor

Conversamos com Itamar Lincoln Carreto, que é conhecido por muitos como ‘Castor da lotérica’. Nasceu em Valparaíso, em 1972, mas mudou-se ainda criança para Lavínia porque seu pai comprou uma granja. Chegou em Mirandópolis em 1986, após seu pai vender o negócio e comprar a lotérica, local que começou a trabalhar em 1992. Casou em 1998, tem um filho que estuda Engenharia Química e é um apaixonado pelo Santos Futebol Clube. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Nasci em 1972, em Valparaíso, mas cresci em Lavínia. Meus pais mudaram para lá porque tinha uma granja. Éramos em três irmãos, mas um já faleceu, meus pais também já faleceram. Tenho boas recordações da minha infância, uma época muito diferente do que as crianças vivem hoje em dia.

E os estudos?

Cresci em Lavínia, sendo que estudei por lá muitos anos. Terminei o segundo grau e depois fiz contabilidade.

Começou a trabalhar cedo?

Trabalhei alguns anos na granja, desde pequeno eu e meus irmãos já tínhamos que ajudar no dia a dia, não tinha escapatória (risos).

Quando mudou para Mirandópolis?

Chegamos em Mirandópolis quando eu tinha 14 anos, em 1986, porque meu pai vendeu a granja. Ele acabou vendendo para comprar a lotérica, mudamos para a casa que fica do lado da praça central e ele começou a tocar o estabelecimento. Lembro que a lotérica era do Marcos Fujishima, de Guaraçaí, e antes era do Mario Tonelo, daqui de Mirandópolis mesmo. Acredito que foi uma boa escolha, apesar do trabalho ser bem puxado, o trabalho na granja era ainda mais difícil.

Você começou a trabalhar na Lotérica?

Não, no começo por alguns anos não trabalhei com eles. Depois em 1992, com o falecimento do meu pai, passei a trabalhar e assumi a lotérica.

O apelido veio dessa época?

Sim (risos)! No começo eu fazia jogo do bicho, então o pessoal para brincar comigo começou a me chamar de Castor.

Quase 30 anos de comércio?

Sim, o tempo passa muito rápido. Cheguei em Mirandópolis com 14 anos, com 21 anos comecei a trabalhar na lotérica e desde lá nunca mais parei. Acompanhei a evolução do comércio local, muitos montaram negócio e fecharam, outros chegaram antes da gente e ainda estão na ativa. Pelo tamanho da cidade vejo o comércio de Mirandópolis de certa forma forte, pois tem um movimento interessante.

Como enxerga a evolução dos serviços das lotéricas?

Isso é muito interessante falar, porque quando começamos a lotérica era só jogo, e não tinha essa quantidade de opções que tem na atualidade. Hoje tem recebimento, pagamento de aposentadoria, conta benefício da Caixa, entre outros serviços. Muitas pessoas não vão ao banco, mas não deixam de vir na lotérica, ou seja, temos uma importância muito grande na questão de prestação de serviço.

Tem uma ideia de movimentação?

Antes da pandemia recebíamos cerca de 19 mil contas por mês, um movimento bem intenso de serviço.

Como estão passando pela pandemia?

Fomos muito castigados nesse um ano de pandemia, principalmente psicologicamente. Acredito que os funcionários das lotéricas deveriam ter prioridade para tomar vacina contra a Covid, pois estamos lidando na linha de frente, um serviço essencial. Eu e a esposa pegamos, assim como uma funcionária, foi quando ficamos fechados por 15 dias por causa da segurança do cliente. Eu fiquei bem, em casa, mas a minha esposa ficou nove dias internada, teve que ficar no oxigênio porque estava com muita dificuldade de respirar.


                       
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