‘Imagino ainda ficar alguns anos por lá (Itália), mas o futuro da minha família vai ser em Mirandópolis’, explica Xuxa Zanchetta

‘Imagino ainda ficar alguns anos por lá (Itália), mas o futuro da minha família vai ser em Mirandópolis’, explica Xuxa Zanchetta

Conversamos com Marcio Zanchetta Junior, o Xuxa, que cresceu nas quadras e campos de Mirandópolis jogando bola. Apesar de importantes passagens pelo Cam, Botucatuense, Corinthians de Araçatuba e Santa Fé, sua carreira foi construída nas quadras da Itália. Depois de 15 temporadas em um dos campeonatos mais disputados do mundo, Xuxa planeja ficar por lá mais alguns anos até voltar em definitivo para Mirandópolis. Confira abaixo a entrevista completa.

As lembranças do esporte na infância?

Vem muita coisa na memória. Não tem como deixar de lembrar o saudoso Calada e o Geraldo, assim como do Luizinho Pedroso. O futebol também estava dentro de casa com meu pai jogando e depois acompanhando o time do Cam. Falar da infância é lembrar daquele time de futsal de Mirandópolis que parava a cidade.

Quando imaginou que seria um atleta?

Era um sonho de criança que naturalmente foi levando para um caminho da profissionalização. Se for pensar em um momento seria a transição do Cam para Botucatu, ali comecei a imaginar que poderia almejar coisas grandes na profissão e viver do futsal.

Teve dúvida entre futebol e futsal?

Essa pergunta na infância sempre tinha, mas o futsal entrou cedo na minha vida e me apaixonei. A trajetória não é nada fácil, deixar a família ainda jovem aperta o coração, mas pelo sonho foquei na oportunidade porque sabia que não poderia falhar.

Qual foi a trajetória?

Joguei categoria de base e juvenil no Cam, depois fui para a Associação Atlética Botucatuense, Esporte Clube Corinthians Araçatuba e Santa Fé do Sul.

Itália vem na sequência, como surgiu a oportunidade?

Depois de Santa Fé fiquei um período novamente aqui no Cam. Disputamos um Paulista Série Prata e fazia um campeonato muito bem como artilheiro. Na ocasião o Milton, de Marília, que hoje também está na Itália como treinador, me questionou se tinha descendência e documentação italiana. Não tinha nada, mas comecei a correr atrás por meio de familiares de Araçatuba e Birigui. Providenciei essa documentação e com isso apareceu a oportunidade de jogar na Itália, em 2006.

Como foi sair do Brasil?

Naquele momento “machucou” por ser outro país, uma cultura diferente e um idioma que não tinha nenhum conhecimento. Ainda bem que tinha outros brasileiros no time, isso me ajudou, mas digo que os primeiros anos de Itália judiaram, sem dúvida me calejaram muito para a vida.

Xuxa em uma partida com público antes da pandemia

Você pensou em voltar?

No começo achei que não ficaria muito tempo, mas daí você vai entendendo que para ter aquela oportunidade já tinha me sacrificado demais, com isso você vai criando mecanismos para entender que o peso de ficar longe de muita coisa tem um proposito maior pela profissão. Já foram 15 temporadas, graças a Deus consegui vencer muitos obstáculos com ajuda da minha família e amigos.

Quais as principais conquistas em quadra?

Aqui no Brasil entre os principais títulos estão Jogos Regionais, Jogos Abertos da Juventude e Copa TV Tem. Na Itália, conquistei Serie B, Copa Série B, Serie A2 e Copa Serie A2. Fui campeão da Copa Italia e Winter Cup, assim como fui duas vezes vice-campeão da Série A. Além disso, fui artilheiro da Serie A com 41 gols.

Quais os planos para 2021/2022?

Já tive algumas propostas, mas agora é analisar as oportunidades com calma para fazer a melhor escolha. Estou falando também com o time que joguei na última temporada, e tenho grande chance de voltar para lá novamente.

Volta para Mirandópolis depois da aposentadoria?

Nasci e cresci aqui, sem dúvida vai ser em Mirandópolis o futuro da minha família. Ainda não sei quando volto definitivamente, mas temos essa projeção de voltar sim. No ano que vem me formo em Educação Física, sem dúvida as coisas caminham para continuar trabalhando com esporte que é o que amo fazer.


                       
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