‘Deixei a vida política, mas continuo a fazer a política verdadeira mesmo sem nenhum cargo’, comenta Regina Mustafa

‘Deixei a vida política, mas continuo a fazer a política verdadeira mesmo sem nenhum cargo’, comenta Regina Mustafa

Conversamos com Regina Celia Mustafa Araujo, mirandopolense que nasceu em 1950, filha de Neif Mustafa e Antiniska de Lucchi Mustafa. Casada com Nivaldo Araujo, eles têm quatro filhos (Gustavo, Marcelo, Nivaldo e Eduardo) e seis netos. Professora, ex-prefeita e envolvida nas causas sociais de Mirandópolis, Regina concedeu uma entrevista ao jornal AGORA NA REGIÃO, confira abaixo.

Nasceu em Mirandópolis?

Nasci em Mirandópolis nas mãos da parteira dona Julia Baldoni Cabrini, ali na rua Getulio Vargas, onde mora hoje o dentista José Cesar Gonçalves. Depois já na infância lembro que na mesma rua moravam as famílias dos Amikura, Galvani, Godoy e Braga, daí como mais acima ficava a escola de corte e costura do Sesi, da dona Jamile, nos reuníamos toda noite em uma grande quantidade de crianças, além dos filhos das alunas, era nosso divertimento, claro que até a minha mãe me chamar para entrar (risos).

Quais as lembranças da juventude?

Estudei nas escolas Edgar (grupo) e Noêmia (ginásio e normal), sendo que comecei a lecionar ainda quando era aluna na faculdade de letras e pedagogia, aos 19 anos, portanto já tinha certa independência financeira nessa idade. Tinha um fusquinha e eu e minha amigas adorávamos passear, ir ao bar Kibon, ao Cam e até bater altos papos na praça ou na casa de amigos.

Sempre esteve envolvida na educação?

Sou professora de profissão, agora aposentada. Lecionei em escolas públicas e particulares e também estive na função de diretora de escola por alguns anos. Fui ainda diretora da escola de educação especial da Apae e da faculdade de Mirandópolis.

As causas sociais permeiam sua vida?

Sempre estive envolvida nas atividades do município participando de vários conselhos municipais, da Amai, ajudando nos leilões do hospital do câncer, da Apae, Ser Criança e todas as associações que de mim precisassem.

A política surgiu quando?

Nunca me envolvi diretamente na política partidária. Fui filiada ao Partido verde a convite do então presidente do partido, Gilberto Pedro do Nascimento, que também me incentivou a participar das eleições municipais. E assim me candidatei nas eleições de 2016. A escolha do vice-prefeito, José Antonio Rodrigues, foi feita com base em informações do próprio Tribunal Regional Eleitoral que não impôs nenhuma restrição ao nome dele. Infelizmente após um ano aproximadamente do exercício dentro do executivo, quando as ações propriamente ditas iam se iniciar após todo ano de ajustes, fui surpreendida com um linfoma que exigiu o meu afastamento de todas as atividades. Quando retornei novamente houve a reunião de Supremo Tribunal que decidiu pelo afastamento da chapa ‘Regina e Zé’ por causa de um processo que ele tinha, mesmo sabendo da isenção do meu nome. Foram determinadas novas eleições. Resolvi não participar por conta de ainda estar em tratamento. E assim fui me afastando do sonho de trazer para a cidade muitos benefícios que tenho certeza seria capaz de trazer.

O que dizer dos vereadores?

Não consegui todo o apoio do legislativo embora tivesse a maioria, com isso minha mágoa ficou com aqueles que me conhecendo, votaram sim para a improbidade administrativa. As pessoas dizem que querem o certo, mas esse mesmo certo assusta as pessoas não acostumadas com a lisura de qualquer processo.  Deixei a vida política, mas continuo a fazer a política verdadeira mesmo sem nenhum cargo.

Qual mensagem final quer deixar?

Meu nome e minha pessoa continuam a favor do bem, do apoio às causas justas, da opinião sem compromisso pessoal e de tudo que possa gerar otimismo. Pena que nem todos que entram na vida pública tem esse desapego ao poder simplesmente pelo poder.


                       
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