‘Torço para que quem entre na política se dê bem, pois assim o município ganha’, comenta Zanon, ex-prefeito de Mirandópolis

‘Torço para que quem entre na política se dê bem, pois assim o município ganha’, comenta Zanon, ex-prefeito de Mirandópolis

Conversamos com José Pedro Zanon Júnior, de 67 anos, que foi prefeito de Mirandópolis entre 1993 e 1996. Um amante do futebol, o engenheiro falou sobre sua infância na cidade, o seu início na política e também sobre a dolorosa perda de um filho. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi sua infância e juventude?

Nasci no dia 1º de abril de 1954, em Mirandópolis, e cresci com meu irmão Marcos Zanon. Tive uma infância muito boa, digo porque era jogando bola, correndo para empinar papagaio, rodando pião e brincando de estilingue. Estudei até o terceiro colegial aqui na cidade, depois fui fazer cursinho em Ribeirão Preto. Sempre tive em mente a ideia de fazer engenharia. Quando fui fazer cursinho em Ribeirão fiquei por lá praticamente um ano inteiro. Sai da faculdade no final de 1979 e comecei a trabalhar no começo de 80.

Pensava em voltar para Mirandópolis?

Um tempo antes de formar não tinha a intenção de voltar, pensava em outros lugares, pois aqui em Mirandópolis imaginava que não tinha campo por ser mais restrito, mas acabei voltando por causa de um tio da Zezé (esposa). Montei uma construtora, que se chamava Engecão, era a mistura das palavras engenharia e construção. Com isso comecei a pegar alguns serviços, mas foi muito rápido porque acabei me envolvendo com a política.

Como surgiu a política?

Quem me convidou para filiar inicialmente foi o Sidnei Crevelaro, ele era meu padrinho de casamento e acabei ficando envolvido com essa situação, mas não estava muito preocupado com política porque não tinha nenhum interesse. Ele falou para assinar uma ficha e assinei sem nenhuma pretensão e até esqueci. Depois teve uma eleição em que podia lançar vários candidatos, nesse dia até estava jogando bola em Guararapes, foi quando teve a convenção do MDB e na hora que cheguei me falaram que eu era candidato a vice com o Milton Crevelaro, irmão do Sidnei. Ainda era jovem, não queria nada com isso, mas também um pouco inconsequente sem me preocupar com nada acabei encarando. Isso foi quando o Jacaré ganhou a eleição. No outro dia que ele ganhou me chamou e disse: Zezinho, preciso de você. Eu era engenheiro e ele queria que ajudasse na prefeitura, naquela época ainda não tinha engenheiro e nem departamento. Fiquei de ver porque estava com a construtora, mas acabei aceitando. Dali pra frente fiquei na prefeitura até aposentar e acabei me envolvendo ainda mais na política. Na outra eleição fui candidato a vice com o Ikejiri. Eu já tinha um certo conhecimento de prefeitura, conhecia bem o município porque como engenheiro você acaba conhecendo muitos locais e pessoas. Na sequência candidatei e ganhei. Nisso também vem a Zezé, nessa época entrou no social e me ajudou muito. Depois traçou sua história dentro da política do município.

Quais os aprendizados?

Graças a Deus só fiz amizades na política. Para mim foi ótimo, muito bom mesmo em questão de conhecimento, queira ou não queira a prefeitura é uma escola, fez bem para minha pessoa e também como profissional porque você sai de uma faculdade, entra em uma prefeitura sem nenhum recurso e tem que inventar para poder resolver. Vivi muitas coisas nesse tempo, hoje nós estamos com dificuldade na água, lembro quando o Jacaré assumiu foi feito aquela represa Santa Helena, nessa época eu já estava no comando de obras e pegar uma bomba daquelas para tocar sem água foi difícil.

O que falar sobre a perda de um filho?

Hoje já falo com tranquilidade, mas na época (2005) fiquei muito mal. É uma dor que não sara nunca, não adianta dizer que sara.  Claro que tem vezes que passo meses tranquilo, mas aí você lembra, é preciso dar uma visitada nas lembranças, mas foi um baque. O Lalo (Rogerio) era aquele cara conciliador da família, em coisas simples de casa ele já vinha com a resposta que queria ouvir. A perda foi doida, ficou um buraco que eu vou levar para sempre. Mas é vida que segue, agora estou curtindo meus dois netos, filhos do Felipe, eles são a nossa paixão, minha e da Zezé. Todos os dias eles estão aqui, nós temos muito contato e isso também nos ajudou a ir superando. Naquele momento da perda achei que não daria conta, mas consegui graças a Zezé que tem uma fé muito grande. Ela estava sofrendo junto comigo, mas também me deu apoio e isso me ajudou a ir tocando, me tirou de certos confrontos e me fez ver a vida de outra forma.

Um carinho especial por Mirandópolis?

Gosto muito daqui e tenho um carinho muito grande por Mirandópolis, não é demagogia, mas é uma raiz. Torço para que a cidade progrida para o bem de todos. A gente que tem raiz aqui sabe como funciona. Consigo visualizar Mirandópolis lá atrás e também agora, por isso reforço que todo prefeito contribui para as mudanças do município. A gente tem que respeitar os que passaram, como Alcino Nogueira de Sylos, Geraldo Braga, Regina Mustafa, assim como qualquer outro governante. Sempre torço para que quem entre na política se dê bem, pois assim o município ganha também.


                       
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