‘Amo Mirandópolis e o povo sempre foi muito carinhoso’, lembra Nircles Breda

‘Amo Mirandópolis e o povo sempre foi muito carinhoso’, lembra Nircles Breda

Conversamos com Nircles Monticelli Breda, que nasceu em 1945, em Valparaíso, e chegou aos nove de idade em Mirandópolis. Pai de três filhos e com três netos, Breda comemora 50 anos do seu escritório de advocacia MonticelliBreda em 2021. Confira abaixo a entrevista completa.

Nasceu aonde?

Nasci em Valparaíso, em 1945, me mudei para Mirandópolis com nove anos. O meu pai trabalhava na coletoria estadual. Estudei no Dr. Edgar, depois fiz contabilidade e o Normal, porque naquela época a gente tinha a chance de não passar nos vestibulares, então pelo menos seria uma profissão, mas passei e deu tudo certo (risos).

Quais as lembranças?

Dessa época eu lembro do Cine São Jorge, nós fechamos o cinema na primeira greve no período da revolução de 1964. Na igreja matriz tinha o padre Epifânio que também era uma figura ilustre e atuante. Depois na cidade tinha a Rafael Pereira e não tem como não falar da famosa Rua Araçatuba, que era a única rua asfaltada. Lembro muito bem do quanto a cidade tinha excelentes educadores. Tanto que sai de Mirandópolis, vim para São Paulo e passei na faculdade, sem fazer cursinho. O ensino público era muito bom!

Criou raiz em São Paulo?

Depois que eu passei na faculdade acabei ficando por aqui, mas nunca deixei de ir para Mirandópolis, estava visitando a cada dois meses quando o meu pai era vivo, ele  faleceu com 96 anos, faz uns cinco anos mais ou menos.

Quais os desafios?

Amo Mirandópolis e o povo sempre foi muito carinhoso, sem exceção! Quando concorri a uma bolsa de estudos pelo Rotary a cidade inteira ajudou. Depois eu fui para Portugal, morei lá um ano e meio e depois que voltei fui trabalhar, comecei em São Paulo com 25 anos e também fui professor da PUC na área de Direito Administrativo, em São Paulo. Fiquei aqui advogando, hoje faço a mediação de conflitos de empresas, que ficou uma área muito pobre no Brasil, então precisa de gente para trabalhar e mediar para evitar esses conflitos de ordem social. Também trabalhei muito na área de humanismo, essa parte humanista sempre foi presente na minha vida e embora todo mundo achasse que eu fosse fazer política, nunca fui para a política. O escritório está completando 50 anos esse ano e quero registrar isso porque foi uma luta.

Qual a sensação dessa data?

Você não tem ideia da alegria e orgulho de comemorar 50 anos do nosso escritório. Alegria que vem da sensação do dever cumprido a atender, com eficiência, os nossos clientes. Orgulho, porque estamos nos renovando a cada desafio.  Agora, com essa pandemia, temos consciência que, mais do que nunca, precisamos nos preparar para trabalhar com as relações pessoais e empresariais que devem sofrer mudanças muito importantes, para o que está sendo chamado de novo normal, o advogado antenado ao seu tempo precisa estar dotado de profunda sensibilidade para captar estas exigências que batem à nossa porta.

E a vida na política?

Fui chefe de gabinete da Secretaria do Trabalho, o Jorge Maluly era o secretário, depois ele teve um problema, caiu de um avião na fazenda e eu fiquei quase um ano como secretário do trabalho aqui em São Paulo. Entre alguns cargos públicos, em âmbito Estadual e Municipal, fui Secretário de Estado das Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, durante a gestão do Governador Paulo Egydio Martins (1975-1978), e de Coordenação do Sistema Nacional de Emprego – SINE-SP (1979-1985), Secretário Executivo do Conselho Estadual de Emprego e Mão de Obra (1986-1988), membro do CEPAM – Fundação Prefeito Faria Lima, além de prestar assessoria jurídica a prefeituras e câmaras municipais no Estado. Foi um período muito rico para mim, eu pude conhecer pessoas, aprender coisas novas e me relacionar com as pessoas depois que vim de Mirandópolis.

Quer deixar uma mensagem?

Só queria parabenizar o jornal AGORA NA REGIÃO, porque tenho visto o trabalho que vocês têm feito. Quero parabenizar todos os envolvidos por estar fazendo esse tipo de trabalho com a cidade de Mirandópolis, retratando muitas histórias. Obrigado!


                       
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