‘Essa parte social já é da minha essência, meus pais sempre ensinaram ajudar o próximo’, explica Gilberto Grassi

‘Essa parte social já é da minha essência, meus pais sempre ensinaram ajudar o próximo’, explica Gilberto Grassi

Conversamos com Gilberto Grassi, conhecido popularmente como Boi, que nasceu em 1958 em Mirandópolis. Sua primeira experiência de trabalho já foi em uma oficina mecânica, aos 12 anos de idade, profissão que levou para a vida. O voluntariado também é algo que está em sua rotina, assim como anualmente participa de competições de rally apoiando o amigo Reinaldo Varella. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Nasci em Mirandópolis, no dia 6 de maio de 1958, cresci com três irmãos, somos em quatro filhos. Lembro de tudo da infância, meu pai trabalhando de mecânico na oficina e eu ajudando lavando caixas de ferramenta e das brincadeiras também. Estudei primeiro no Edgar e depois eu fui pro Noêmia. Comecei a trabalhar com 12 anos no autopeças do Mitsumori Kumabe, na Oficina Noroeste. Quando eu tinha de 13 pra 14 anos ele já abriu a oficina e daí fui trabalhar com ele, isso em 1971, na rua Ana Luiza da Conceição, perto de onde hoje é o cartório. Depois fui trabalhar na veterinária do Ângelo Pinhata, fiquei por dois anos. Com 19 anos fui embora para Corumbá, estudei e trabalhei em um clube de pesca, o Iate Club que era do Pedrinho Zanin, fui pra lá em 1977 e fiquei lá quase um ano, depois voltei para Mirandópolis. Em 1978 o meu pai falou “vem pra cá e vamos pegar a representação da Fiat” e nós iniciamos em agosto de 1978.

Sempre gostou de ajudar o próximo?

Essa parte social tenho desde jovem, com 14 anos entrei no grupo de jovens JOEC, que foi onde começou a parte social, depois passei por todas as instituições. Fizemos parte como os primeiros garçons dos Leilões da APAE (risos), foi no curral do Geraldo Delai. Essa parte social já é da gente, meus pais sempre ensinaram ajudar o próximo, começamos na igreja e vamos seguindo.

E a culinária na sua vida?

A paixão pela comida vem desde pequeno. Costumo dizer que ou você aprende a jogar bola, a tocar violão ou então a cozinhar, eu fui começando a tomar frente das coisas na cozinha fazendo festa e outras coisas, até que eu fui aprendendo a cozinhar. Depois também teve o Bar do Boi, em 1998, fazia dobradinha e feijoada. Pela sobrevivência você vai aprendendo e fazendo. Hoje é algo natural que me distrai e também consigo colaborar com as entidades.

Onde começou o envolvimento com o rally?

Pela amizade com o Reinaldo Varella que vem desde a infância! Com 17 anos eu já tinha carro e a gente andava pra lá e pra cá juntos, depois ele seguiu a vida, mas graças a Deus nunca nos apartamos, é uma amizade que permanece até hoje. Comecei a fazer rally com ele em 1982, sendo que em 1986 ele fez uma etapa que passou por Mirandópolis, daí fiz um apoio para ele junto com o pessoal aqui da oficina e depois disso ele começou a me convidar. Já fomos para Curitiba, Paraguai e depois fizemos o rali do pacífico no Chile. Fiquei um tempo com a equipe na parte da cozinha, agora essas últimas vezes fui dirigir fazendo trecho, ele sai pra correr e você vai esperar na frente para abastecer e dar o apoio. Já participei de uns dez Rally dos Sertões, é um evento cansativo, mas compensa porque você conhece coisas que nunca iria conhecer, porque você não vai se aventurar no sertão sem conhecer nada, então sempre digo para as pessoas que o rally do sertão proporciona pra gente muito conhecimento.

O covid atrapalhou seu trabalho?

O comércio com a pandemia foi muito sofrido, a gente que buscou inovar acabou sofrendo um pouco mais também, mas seguimos em frente porque no comércio sempre tem altos e baixos, mas graças a Deus não está faltando serviço e nós continuamos trabalhando, porque temos um nome a zelar e os funcionários também são ótimos, graças a Deus! Tenho funcionário que vai fazer 40 anos que está junto com a gente.

Quais as lembranças de Mirandópolis?

Me recordo muito do carnaval e do cinema, a praça também porque faz parte do contexto. A gente ficava lá ouvindo música, matava a aula e corria pra praça, ou ia assistir filme (risos). Do carnaval então nem se fala, nós chegamos a ter 40 blocos, eram 40 casas alugadas, quase dobrando a população de Mirandópolis com a quantidade de gente que vinha para cá no Carnaval.


                       
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