‘Tomei gosto pela política, mas nunca entrei porque não tenho as competências necessárias’, explica Marcos Francisco

‘Tomei gosto pela política, mas nunca entrei porque não tenho as competências necessárias’, explica Marcos Francisco

Conversamos com Marcos Francisco sobre sua infância em Mirandópolis, as diversas graduações – arquitetura, comunicação e contabilidade, e também sobre suas experiências na política. Confira abaixo a entrevista completa.

Como foi sua infância e juventude?

Tenho uma verdadeira paixão por Mirandópolis, gosto daqui demais porque tenho as melhores memórias afetivas. Tive a sorte de estudar em uma escola pública incrível, tanto no Edgar como no Noêmia. Fora que lembro quando pegava carona no fusca da professora Sônia Zacarin (in memoriam), que era a minha vizinha, para ir na escola Savero Tramonte (risos). Comecei a trabalhar muito cedo, então estudava de manhã, no período da tarde trabalhava e a noite fazia técnico contábil na escola 14 de agosto.

Qual sua graduação?

Fiz a minha primeira faculdade de Ciências Contábeis logo que saí do colegial, mas na verdade essa não era a minha vontade, sempre sonhei em fazer arquitetura ou engenharia, mas não podia porque era período integral e eu não podia porque a gente veio de família bem humilde e precisava trabalhar. Depois de formado iniciei o curso de comunicação em Araçatuba, mas acabei concluído em São Paulo. Me formei em Publicidade e Propaganda, até cheguei a ter um escritório em Mirandópolis, Birigui e Araçatuba. Uma agência de comunicação com ênfase em Propaganda e Publicidade. Depois mais maduro que fiz a faculdade de arquitetura, era uma coisa que queria muito. Terminei entre o final de 2014 e começo de 2015, então são seis anos de formado em arquitetura. Na época de faculdade montamos um escritório experimental com o nome ABM2 (Arquitetura Bruno, Marcos e Murilo), começou sem pretensão nenhuma e está aí até hoje, a gente vem trabalhando e temos a nossa sede aqui na cidade, nosso escritório na rua Gentil Moreira.

E sua história no mercado?

Tudo começou porque um supermercadista chamado Irineu Pereira da Silva, que tinha um supermercado em Andradina, chamado São José, não estava muito bem de saúde e de finanças e precisava vender o supermercado. O meu sogro Nilton e o meu cunhado Ton compraram e me convidaram para ser sócio porque era a primeira loja fora de Mirandópolis. Eles foram extremamente generosos comigo, porque nesse convite eles me colocaram em uma posição de igual para com eles e tenho 10% do mercado, não é a mesma fração societária que eles, mas na decisão e nas definições eles me deram voz, o que é muito importante, então eles são acionistas maioritários, eu sou minoritário, mas sempre tive a chance de ter voz. Foi aí que iniciamos a loja de Andradina e eu precisei fechar a agência de comunicação porque não havia possibilidade de conciliar uma coisa com a outra, então embarque de vez no supermercado e eu estou até hoje trabalhando.

E sua participação na cultura?

O Eloi Mendonça para mim foi um dos grandes amigos. Ele era um homem difícil, de temperamento supercomplicado, fez mil desafetos e tem gente que o ama e tem gente que o odeia… eu sou um dos que ama! Trabalhei com ele na campanha do Jorginho, que saímos vencedores, como me aproximei muito do Jorginho fui convidado para ser Secretário de Cultura, na época eu achei aquilo um desafio muito lindo, porque em Mirandópolis não tinha, havia educação e cultura, mas a cultura sozinha apartada não havia, nunca tinha acontecido e eu tomei aquilo como um desafio. Eu não tive moleza não, já na primeira semana a primeira pessoa que chegou ali foi a Katsue Yuba, isso foi em janeiro de 1997, a gente tinha acabado de assumir e veio a Kastue, que para quem não sabe ela é filha do fundador da comunidade Yuba. Ela chegou com uma lista de pedidos e a gente ri até hoje por conta dessa lista, nós somos amigos há 30 anos por conta disso, porque ela tinha tantos pedidos e eu fiquei completamente perdido pensando como iria conseguir atender (risos). Resumindo, abrimos e encerramos o Mapa Cultural Paulista com a comunidade Yuba no Memorial da América Latina, em São Paulo. Fundamos a banda marcial, criamos diversos projetos de oficina de cultura e teatro, tinham os festivais de música que foram um sucesso. Depois de quatro anos de trabalho o Jorginho foi convidado pelo Mário Covas, lembro que ele recebeu das mãos do governador o prêmio, se não me falha a memória, de quinto lugar como município referência em cultura de todo o estado de São Paulo.

Não tem pretensões na política?

Tomei gosto pela política, mas nunca entrei de vez porque acho que não tenho as competências necessárias e não me sinto pronto e preparado para ser um político. Eu acho que o ser político exige da pessoa algumas competências que são fundamentais para que você tenha um bom resultado e eu não me sinto com essas competências, se eu tenho eu ainda não consegui ter leitura delas.


                       
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