‘A música sempre foi minha paixão, hoje para me divertir tenho uma rádio online’, conta Agenor Garcia

‘A música sempre foi minha paixão, hoje para me divertir tenho uma rádio online’, conta Agenor Garcia

Conversamos com Agenor Ignácio Garcia, nascido em Sales, no dia 11 de novembro de 1936. Em 1940, seus pais que trabalhavam com lavoura e pecuária vieram para Mirandópolis, com os 10 filhos. Estudou até o primeiro grau, pois começou cedo a trabalhar na roça, na sequência, em 1956, foi ser carrinheiro. Casou em 1960, teve três filhos que cresceram em São Paulo, cidade onde Agenor ficou por 38 anos. Depois que voltou para Mirandópolis, já aposentado em 1996, trabalhou na rádio Jacarandá e Club, pois a música sempre foi sua paixão. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Nasci em Sales, perto de Rio Preto, mas com quatro anos, em 1940, meu pai veio para Mirandópolis e fomos morar na Terceira Aliança porque ele mexia com lavoura e gado.

Estudei na Primeira e Terceira Aliança, mas era sofrido porque andava praticamente sete quilômetros a pé só de ida, eram 14 quilômetros todos os dias. Diplomei em 1949, foi quando comecei a levantar às 4 horas da manhã para tirar leite, eram 70 vacas para ordenhar, só eu e um empregado. Quando era 7 horas o caminhão já estava na porta de casa para levar o leite para Lavínia. Nós éramos em 10 filhos, abaixo de mim tenho nove irmãos, hoje duas irmãs já faleceram e meu pai e minha mãe também já se foram. Nós ficamos lá até 1955, foi quando o meu pai cismou de comprar um sítio na Nova Aliança.

Quando chega na cidade?

Mudamos para esse sítio em 1955, mas para a cidade mesmo em 1956 quando o meu pai comprou um carrinho para a gente trabalhar. Naquela época tinha 30 carrinheiros na cidade, dez em cada ponto e desses 30 carrinheiros acho que o único que está vivo sou eu, porque eu era garoto e os outros todos já de idade na época (risos). Um detalhe interessante, em 1956 eu e meu irmão fizemos uma música sertaneja, fizemos para o Alcino Nogueira de Sylos. Sempre fui apaixonado por música, daí em 1957 fui para São Paulo, no ano seguinte consegui uma vaga na rádio Piratininga, era um tipo de programa de calouros, onde cantavam e quem se destacava ganhava um prêmio. Eu e meu companheiro ganhamos, ele é da família dos Hidalgo, aqui de Mirandópolis. Depois ele casou e perdi o companheiro, mas arranjei outro e cantamos na rádio nacional, que hoje é a Globo. Foram bons anos, me diverti bastante.

Teve outro trabalho?

Entrei na Valita, que depois em 1969 se transformou em Philips, uma firma muito boa, foi quando parei definitivo com a música, porque a firma era certeza e a música era incerta. Além disso, trabalhava das sete às dez como faxineiro no Banco do Brasil, que era perto de casa. No sábado entregava o jornal Zona Sul, das sete às cinco da tarde, fora que em casa ainda tirava a rebarba das borrachas para ganhar um extra. Eram quatro serviços, ralei bastante. Em São Paulo eu fiquei até 1995, morei por 38 anos. Fiquei 27 anos e nove meses na Philips, aí eu me aposentei, tentei comprar uma chácara ali perto, mas foi quando entrou o Collor e pegou todo o dinheiro da gente, então dificultou. Nisso o meu genro já tinha a padaria e me chamou para entrar como sócio, mas eu fiquei só por dois anos, não aguentei não (risos).

Quando casou?

Casei no dia 23 de julho de 1960, e quem assinou foi o Dr. Neif Mustafa. Tenho três filhos, a Marinês, da padaria Vitória Régia, o João que está em Diadema e a Marta, que é a caçula e mora comigo. Voltei para Mirandópolis em junho de 1995, daí no ano seguinte comecei a fazer um programa na Rádio Jacarandá, onde fiquei por cinco anos. Depois trabalhei na Rádio Club, que hoje é a Massa FM, onde fiquei por praticamente 18 anos.

Você tem uma rádio online?

Montei aqui em casa a radiopazsertaneja.com, quem me ajudou na época foi o Fred (In Memoriam), hoje já superei a marca de 70 mil ouvintes. A música sempre esteve presente em minha vida, fundei uma orquestra aqui na cidade, sempre gostei desse envolvimento.

Qual mensagem gostaria de deixar?

Agradeço praticamente todo o pessoal da cidade, porque eu estou andando por aqui e o pessoal sempre me chama para lembrar dos tempos da rádio, com certeza sou feliz morando em Mirandópolis.


                       
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