‘Tenho as melhores lembranças das brincadeiras na rua São João e do futebol no estádio’, recorda Ademar Bispo

‘Tenho as melhores lembranças das brincadeiras na rua São João e do futebol no estádio’, recorda Ademar Bispo

Conversamos com Ademar Bispo da Silva, nascido em 1945, em Mirandópolis. Suas lembranças da infância são das brincadeiras na rua São João, já na juventude as recordações são voltadas ao futebol. Em Mirandópolis trabalhou como professor e depois bancário, profissão em que se aposentou em Araçatuba. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Sou filho único, nós morávamos na rua São João, ao lado da antiga casa do Dr. Pardo, praticamente só sai dali para casar. Minha mãe era costureira, ela fazia camisas. Meu pai trabalhava na zona rural, abrindo pasto e tirando pragas. Da infância recordo muito das nossas brincadeiras na rua São João, onde a molecada se reunia. Em frente a minha casa tinha um poste e a noite a gente ficava lá contando histórias, era o Zé Antônio, Sérgio Zuim, Alcides Espirito Santo, o Coca, a família Assis, Abud. Tinha também Marilene, Suelene e Silvio Tavares. O Canário, que não era da nossa rua, mas estava sempre conosco, assim como o Rosa Branca. Minhas recordações são bem fortes, a gente passou a infância e a juventude aqui e também uma parte da vida adulta, então Mirandópolis faz parte das memórias da gente e sempre vai fazer.

Onde estudou?

Estudei no Dr. Edgar Raimundo, depois fiz o ginásio na escola Noêmia Dias Perotti, que é o Cene. Meus pais sempre priorizaram os estudos, não queriam nem que eu trabalhasse, na verdade antes de eu terminar o curso normal e científico, nunca trabalhei, ou melhor, trabalhei sim, eu fazia a limpeza, varria, o Cine São Jorge. Isso foi dos oito aos dez anos de idade, mas na verdade eu varria para ter a minha entrada de graça (risos).

E o esporte na sua vida?

Comecei a jogar em um time infantil, o técnico era o Cleber, funcionário da Noroeste do Brasil. Joguei com ele por algum tempo, mas acabei saindo porque tinha que pagar uma mensalidade e eu não tinha condições de bancar. Acabei saindo e fui para um infanto-juvenil de um time que se chamava Paulistinha. Fiquei no Paulistinha e de lá reativaram o Bandeirantes, então passei a jogar no Bandeirantes e depois disso joguei no Mirandópolis, que depois se transformou no famoso MEC. Foram tempos muito bons, o futebol movimentava bem a cidade, inclusive, teve um dia que nós íamos jogar em uma quarta-feira contra o Bancário, time tradicional de Fernandópolis, daí o prefeito deu meio feriado para o pessoal do comércio assistir o jogo (risos).

Qual sua trajetória depois do ginásio?

Na época eu não tinha condições de fazer uma faculdade, eu fiz o normal e o científico junto. A minha intenção em fazer o científico seria de prestar um vestibular, só que eu não tive condições. Como eu terminei o curso normal, passei a dar aula, isso por volta de 1966. Dei aula no Tabajara durante três anos, para o primeiro ano primário ajudando a alfabetizar as crianças, isso foi até 1968. Depois eu prestei um concurso do Sesi e vim dar aula aqui no Sesi de Mirandópolis, para a terceira e quarta série. Entrei no Sesi em 1968 e fiquei até 1970. Depois prestei o concurso do estado e comecei em 1971 dando aula na zona rural de Nova Independência. Nisso já estava casado (tem duas filhas – Maria Luiza e Ana Paula), mas a minha mulher ficou em Mirandópolis. Eu ficava durante a semana em Andradina, indo todos os dias para a escola em Nova Independência, daí no sábado a tarde vinha para cá e ficava até domingo, as vezes no domingo a noite eu ia de trem para Andradina e em outras ocasiões ia de Jipe. Fiquei dando aula até 1980, nesse meio tempo eu fiz faculdade de pedagogia e também de matemática. Passei a dar aulas na escola 14 de Agosto e depois dei aula no Cene, porque eu era efetivo no estado no primário, então fiquei até 1980 e depois pedi exoneração para entrar no Banco do Brasil.

Depois virou bancário?

Fiz o concurso e entrei aqui em Mirandópolis porque na ocasião tinha vaga. Fiquei aqui até 1990, por dez anos. Depois fui transferido para Araçatuba, me aposentei lá e em janeiro de 2021 me mudei para Jundiaí, onde eu moro agora.

E o encontro da Santa Ceia?

Quem idealizou o encontro da Santa Ceia foi o Padre, que é o Sidnei Crevelaro, ele me pediu para dar ajudar, no princípio o encontro era somente para quem tinha jogado futebol, foi um encontro a noite na chácara só para os jogadores. Depois sugeri que fizéssemos um encontro para todos os mirandopolenses, com isso fomos organizando e se Deus quiser esse ano será o 12º encontro. Aproveito para deixar um abraço especial para meus amigos, pois Mirandópolis foi onde eu cresci, comecei a formar a minha personalidade e trabalhei muitos anos. Sou muito feliz com a minha trajetória, tanto que tenho fortes amizades até hoje na cidade.


                       
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