‘Ainda trabalho porque sou apaixonado pela profissão. Espero continuar atendendo por muito tempo’, conta Dirceu Agassi, barbeiro há mais de 57 anos

‘Ainda trabalho porque sou apaixonado pela profissão. Espero continuar atendendo por muito tempo’, conta Dirceu Agassi, barbeiro há mais de 57 anos

Foto: Allan Mendonça

Dirceu Agassi, de 70 anos, nasceu em Dracena. Quando tinha quatro anos, seus pais, Antônio e Adelina, mudaram-se para Mirandópolis. Casado há 47 anos com Elza, ele é pai de Elaine e Heloisa. Dirceu começou a trabalhar aos oito anos como engraxate. Aos 13 anos, após a insistência de um cliente que queria que ele cortasse o cabelo, viu a oportunidade de iniciar na profissão. A entrevista completa está disponível a seguir.

Como foi sua infância?

Eu nasci em Dracena e me mudei para Mirandópolis com aproximadamente quatro anos de idade. Antes disso, meus pais e minha irmã Cleuza também passaram por Lavínia e Valparaíso. Ao chegarmos em Mirandópolis, estabelecemos residência na rua Japão, próxima ao estádio. Foi nesse bairro que vivi a minha infância verdadeiramente, brincando muito de bola e explorando as ruas. Estudei na escola Edgar Raimundo da Costa e depois no Noêmia (Cene), e posteriormente fiz um curso na escola 14 de agosto.

Como conheceu a Elza?

Conheci minha esposa em um Jeep (risos)! A história é a seguinte: costumava ficar em frente ao salão, até que um dia ela veio para a cidade com os pais, e em frente havia o Supermercado Estrela. Naquele primeiro momento, ficávamos nos observando, ela dentro do carro, o Jeep, e eu do lado de fora trocando olhares. Em um certo dia, enquanto conversava com o Seu Agenor, vizinho do mercado, por coincidência ele comentou que tinha visto a Elza em Lavínia. Foi nesse momento que descobri onde ela morava, algo que eu nem sequer sabia. Depois disso, com a ajuda do cupido, nos conhecemos, me apaixonei e nos casamos. Dessa união, nasceram nossas duas filhas, Elaine e Heloisa. Com o passar do tempo, chegaram também meus genros, Fabiano e Andrei, e minhas netas, Ayme, Giovanna, Ana Liz e Rafaela.

Heloísa, Dirceu, Elza e Elaine. Foto: Arquivo Pessoal

Quando surgiu o interesse em ser barbeiro?

Minha história profissional teve início aos oito anos como engraxate, mas aos 13 anos tudo mudou quando um senhor me ‘forçou’ a virar barbeiro. Ele precisava viajar e, como meu pai tinha um salão movimentado na época, propôs: ‘Dirceu vai cortar meu cabelo’. Meu pai logo rejeitou, pois eu nunca havia cortado cabelo, porém o senhor insistiu. Com a orientação do meu pai, enfrentei o desafio, ele me ensinando passo a passo. Após meia hora cortando o cabelo do homem, meu pai inspecionou e decidiu finalizar o serviço. Ele fez alguns ajustes e elogiou o resultado. Foi assim, aos 13 anos, que dei meus primeiros passos na barbearia do meu pai, profissão da qual me orgulho até hoje. Lembro-me que logo neste início, o Senhor Wilson Belintani pediu para que eu fizesse sua barba. Naquela época, o salão do meu pai ocupava o espaço onde hoje está a Farmais, subindo em direção a Marajá. Com o tempo, meu pai adquiriu o prédio onde atualmente atendo, aqui na rua Nove de Julho, nº 1028. Recebo meus clientes por ordem de chegada, garantindo que aquele que precisa naquele momento seja prontamente atendido. Aproveito para agradecer a todos os meus clientes, amigos e familiares pelo constante apoio e pela presença ao meu lado.

O que Mirandópolis significa para você?

Esta cidade hospitaleira, agradável para se viver, me recebeu de braços abertos e sou profundamente grato por tudo o que tenho conquistado ao lado da minha família aqui. Apesar de ter recebido convites para trabalhar em outras localidades, escolhi permanecer, pois esta sempre foi e sempre será o meu lar. Muitas pessoas buscam oportunidades fora daqui em busca de crescimento, mas muitas vezes retornam após perceberem o valor das raízes. Para mim, nunca foi uma opção deixar este lugar, continuando a trilhar um caminho de sucesso e gratidão por tudo que construímos juntos. Minha família cresceu aqui, nossos negócios prosperaram e lutamos para que continuem a florescer. Minhas filhas administram uma loja na cidade há 28 anos e estamos profundamente enraizados, sem planos de partir. Espero que nossa cidade cresça não apenas em população, mas também em oportunidades industriais, algo que considero essencial para o desenvolvimento local.


                       
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