Última cassação de mandato pela Câmara Municipal em Mirandópolis ocorreu há quase 40 anos
Foto: Blog Linha do Tempo Mirandópolis
O processo que resultou na cassação do prefeito Ademiro Olegário dos Santos, o Mirão (PSD), impactou não apenas a política de Mirandópolis, mas também o momento histórico da cidade. A última vez que a Câmara Municipal cassou o mandato de um prefeito na Cidade Labor foi há quase 40 anos.
Um destaque importante: a perda do mandato de Regina Mustafa e José Antônio Rodrigues, em 2019, ocorreu por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não por decisão dos vereadores.
Registros históricos obtidos pela reportagem na Câmara Municipal e pelo Blog Linha do Tempo Mirandópolis, da ex-prefeita Regina Mustafa, detalham os acontecimentos agitados na década de 1980.
Oswaldo Teixeira Mendes foi eleito 9º prefeito de Mirandópolis em 1983, ao lado de seu vice-prefeito Waldemar Francisco de Lima. No entanto, seu mandato durou apenas 51 dias, entre 1º de fevereiro e 21 de março. Oswaldo foi cassado pela Câmara Municipal. Registros apontam supostos processos por desacato e desobediência. Na época, a chapa inteira perdeu o mandato.
Em seguida, assumiu a Prefeitura o presidente da Casa de Leis da época, Mitsutoshi Ikejiri, por nove meses.
Novas eleições foram realizadas naquele ano, em novembro de 1983, e a esposa de Oswaldo, Maria Helena Mendes, concorreu ao pleito ao lado de Waldemar Francisco de Lima. Eles venceram as eleições e tomaram posse em dezembro de 1983.
No entanto, em junho de 1985, a Câmara Municipal cassou também o mandato de Maria Helena, por supostas irregularidades em pagamentos de horas extras, assumindo o cargo de prefeito Waldemar Francisco de Lima, então vice-prefeito, que permaneceu no cargo até dezembro de 1988.
Portanto, entre a última cassação de Maria Helena pela Câmara Municipal e a de Mirão, também pelo Poder Legislativo, se passaram 39 anos.
CASSAÇÃO DE MIRÃO
Às 4 horas da manhã de terça-feira, 11 de junho, encerrou-se a leitura da ata que cassava o mandato do prefeito Ademiro Olegário dos Santos, o Mirão. A sessão durou mais de sete horas. Por 7 votos a 2, os vereadores entenderam que o prefeito cometeu infração político-administrativa ao inserir dados indevidamente no sistema de saúde do CAPS. Um desses nomes usados era do vereador Afonso Carlos Zuin, autor da denúncia.
Votaram pela cassação Roberto Gonçalves, Magali Maziero, José Benedito Brufatto (Chutudo), Mônica Machado, Claudio Morena, Jean Carlos Gonçalves e Wellington Ricardo Serafim (Bakinha). Já Emerson Comandante e Tiago Soares votaram pela absolvição.
Jean é suplente do vereador Afonso Carlos Zuin, que fez a denúncia e estava impedido de votar. O suplente Wellington Ricardo votou no lugar do presidente da Câmara, Grampola Pantaleão, que também se declarou impedido de votar.
Na quinta-feira, 13 de junho, tomou posse como prefeito de Mirandópolis o presidente da Câmara, Grampola Pantaleão (União Brasil), já que a cidade não possui vice-prefeito, pois Mirão assumiu a cadeira do Executivo em 2022 após a renúncia de Everton Sodario para concorrer às eleições daquele ano ao cargo de deputado estadual.