Ester – parte 2
Foto: Frases Bíblicas
Estamos a menos de um mês do encerramento do ano litúrgico, quando se celebra a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, instituída pelo papa Pio XI em 11 de dezembro de 1925 em sua Carta Encíclica Quas primas, cuja leitura é altamente recomendada. Ali, o papa afirma ser inútil aguardarmos uma “paz duradoura entre os povos” enquanto tanto as pessoas quanto as nações se recusarem a “reconhecer e proclamar a Soberania de Nosso Salvador” – trata-se do chamado reinado social de Jesus, que por ser o Senhor do Céu e da terra, deve dominar não somente sobre as realidades espirituais, mas também do ordenamento social.
É para isso que trabalha e intercede Nossa Senhora, que foi coroada Rainha do Céu e da terra, acima inclusive dos Anjos: tendo sido elevada a essa dignidade, cumpre a nós oferecermos a Ela nossos esforços em prol da instauração de uma sociedade toda voltada para Nosso Senhor. Já no Antigo Testamento verificamos como os hebreus, com seu modo de vida forjado pela lei dada por Deus a Moisés e com seu calendário litúrgico e social, buscavam viver numa hierarquia em que a vontade e a glória de Deus prevaleciam sobre a vontade e os projetos humanos – e estando no exílio, a rainha Ester, judia, dada em casamento ao rei persa Assuero, com inteligência e coragem esforçou-se para que alcançassem a liberdade e mantivessem seus costumes e religião. Na Antigüidade e na Idade Média cristãs, reinos inteiros eram consagrados a Deus, permitindo que a Igreja os catequizasse, de modo que mentes, corações e atividades humanas fossem convertidas a Deus.
Ao contrário, Satanás, que não quis submeter-se à humildade e à honra da Mãe de Deus, trabalha pela instauração de uma sociedade pervertida e idólatra, em que, no coração do homem e na organização social, outras coisas tomam o lugar soberano do Senhor. Contra isso, temos necessariamente que recorrer a Nossa Senhora! Não há ninguém mais próximo de Jesus; é Ela quem melhor sabe o que deve ser feito. Da mesma maneira como Ester arriscou-se pela salvação do seu povo, também a Virgem Maria, desde a concepção de Jesus em seu ventre escolheu o duro caminho da cruz para a salvação da humanidade! Assumamos assim, com humildade, responsabilidade e destemor, a nossa tarefa nessa árdua batalha de submeter tudo, e desde já, à vontade e ao Reinado de Nosso Senhor!