De funcionário a proprietário: Elias Rocha e a história da Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis

De funcionário a proprietário: Elias Rocha e a história da Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis

Foto: AGORA NA REGIÃO

A trajetória de Elias de Oliveira Rocha, 53 anos, é a prova de que determinação e coragem podem transformar desafios em oportunidades. Nascido e criado em Mirandópolis, Elias começou a trabalhar cedo, aos 15 anos, na fábrica Irmãos Marconato, onde ficou por mais de três décadas. Com o fechamento da empresa, ele decidiu dar um passo ousado: abrir seu próprio negócio. Em 2019, ao lado de dois sócios, fundou a Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis, um empreendimento que começou pequeno e hoje atende clientes em diversos estados do Brasil. Nesta entrevista, Elias conta como transformou experiência em sucesso, relembra momentos marcantes e compartilha suas lições de vida e trabalho.

Você é natural de Mirandópolis?

Sim, nasci aqui mesmo, em Mirandópolis, lá no bairro 70, indo pra Lavínia. Sou o mais velho de três filhos: tenho duas irmãs, a Maria e a Luciana. Sou casado com a Marcia Regina Nogara Rocha, quem está na luta diária comigo, e temos dois filhos – um advogado e o outro jogador de futebol.

Onde começou a trabalhar?

Trabalhei no Marconato como pintor até a fábrica fechar. Foi lá que comecei a ter vontade de trabalhar por conta própria. Meu pai era agricultor e minha mãe dona de casa, e a vida deles foi sempre muito difícil. Se eles estivessem vivos, com certeza ficariam orgulhosos. Infelizmente, morreram novos e de forma repentina.

Lia com os funcionários da Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis. Foto: AGORA NA REGIÃO

Como começou no ramo de fabricação de gaiolas?

Eu entrei no Marconato com 15 anos, em 1986, e fiquei lá por 32 anos. Quando ela fechou, a gente começou devagar, fazendo pequenas reformas. Depois, ampliamos para fabricar gaiolas e carrocerias. Em 2019, eu e meus dois sócios, Paulo Verga e Laércio Verga, fundamos a Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis. No começo, a gente teve que passar por todo aquele processo de regularizar as coisas, mas hoje o negócio está rodando bem.

Vocês atendem em quais cidades?

Atendemos tanto a região quanto outros estados, como Piauí, Minas Gerais, Goiás e Pernambuco. Fazemos tudo sob encomenda, gaiolas de todos os tamanhos. Atualmente, temos oito funcionários e estamos terminando uma gaiola para o Rio de Janeiro. Produzimos em média quatro gaiolas por mês, dependendo do tamanho. É um trabalho minucioso, mas levamos o nome de Mirandópolis para fora, o que também conta muito pela credibilidade que a Marconato construiu ao longo dos anos.

Quando saiu do Marconato, já queria empreender?

Sim. Quando saí, eu e alguns colegas conseguimos um acerto com maquinários, como parte de um acordo com o sindicato. Com isso, fomos atrás de um lugar pra começar a trabalhar. Começamos pequeno, fazendo reparos, e depois fomos expandindo. Empreender aqui no Brasil não é fácil – tem muita burocracia no caminho. Mas seguimos firmes. Aqui em Mirandópolis a concorrência no ramo é pequena, mas isso não nos acomoda. A gente trabalha para entregar o melhor para o cliente.

Lia ao lado de dois sócios fundadores da Gaiolas e Carrocerias Mirandópolis. Foto: AGORA NA REGIÃO

E o futebol? Você também jogava?

Joguei sim, mas só de forma amadora. Fui goleiro por mais de 18 anos, joguei no antigo time Marília, aqui da cidade, no Beira Rio e na 1ª Aliança. Conquistei mais de seis títulos. Sempre gostei de estar no gol. Meu filho joga também, e até falei pra ele ficar na linha, mas ele quis seguir os passos do pai e virou goleiro também (risos).

Que conselho você dá para quem quer empreender?

Eu sempre digo para os meus filhos que é preciso ter os pés no chão, ser honesto e manter a cabeça no lugar. Ter coragem e acreditar em Deus ajuda muito, mas o principal é entrar num ramo que você conhece bem. Não adianta se arriscar em algo que você não entende. No meu caso, foram mais de 30 anos de experiência no mesmo ramo, e isso me deu segurança para abrir o negócio.

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