Araras Urbanas: a beleza e a importância da preservação em Mirandópolis

Araras Urbanas: a beleza e a importância da preservação em Mirandópolis

Foto: Allan Mendonça

Os mirandopolenses têm o privilégio de observar, diariamente, araras azuis sobrevoando a cidade e pousando em diferentes locais. A arara azul, também conhecida como canindé, é uma ave psittaciforme da família Psittacidae. Outros nomes populares incluem arara-de-barriga-amarela, arara-azul (Amazônia), canindé, arara-amarela e ararauna. É uma das espécies de psitacídeos mais inteligentes.

Com o desmatamento, incêndios e o avanço urbano, muitos animais têm buscado refúgio na cidade, e não é diferente com as aves, como a arara azul, que têm sobrevoado e pousado em diversos pontos. O aumento da população dessas aves na região tem sido significativo. Enquanto escrevo esta matéria, consigo ouvir o “cantar” das araras, o que me proporciona uma sensação de paz.

Na rua Getúlio Vargas, atrás do estádio municipal, não é raro encontrar pessoas que testemunham a beleza desses animais. Todos os dias, após as 17h, eles sobrevoam aquele local e pousam no muro, onde se alimentam das sementes de girassol que a moradora Silvia, 59 anos, coloca ali e aprecia. Ela expressa sua gratidão a Deus: “É um presente de Deus, e que Ele receba toda a glória.” Há mais de oito anos, essas aves passam por ali, e diariamente pousam em média de 30 a 40 delas, consumindo cerca de 60 kg de sementes de girassol por mês. Silvia conta que já viu mais de 50 araras pousando ao mesmo tempo, o que é extraordinário.

A sensação de observar os voos alegres desses animais é maravilhosa. No início eram apenas duas araras, e logo o número começou a aumentar. Nos últimos três a quatro anos, essa quantidade cresceu ainda mais. “Acho lindo o amor de Deus por mim, trazendo esses animais até minha casa. É uma bênção”, relata Silvia, que detalhe que inicialmente passou a oferecer bananas e outras frutas, e gradualmente, as aves começaram a voltar, atraídas pelas sementes que começou a colocar no muro.

Durante o tempo que ficamos produzindo a matéria, tirando fotos e conversando com a moradora, confirmamos que o fluxo de pessoas que passam pela rua é considerável, e sempre há alguém que para admirar a beleza desses animais, tirar fotos ou simplesmente ficar observando enquanto se alimentam, voam de um lado para o outro.

Silvia reforça que estar ali, contemplando e alimentando as araras, é uma terapia. Ela conversa e canta para elas, e mesmo quando não toca, a sensação de estar em casa com esses animais é incomparável. Eles são livres para ir e vir, e não há sentimento que pague essa experiência.

“Quando chegamos à rua, as araras ainda estavam tímidas, mas após algum tempo observando, mais e mais aves começaram a se aproximar, pousando e se alimentando, além de beber água que lhes era oferecida. O pássaro só é seu quando ele volta. Na gaiola, ele não sobrevive. Sou grata por elas terem me escolhido.”

Diariamente pousam mais de 30 araras, consumindo cerca de 60 kg de sementes de girassol por mês. Foto: Allan Mendonça

OUTROS LOCAIS DA CIDADE

Em vários pontos da cidade, há casinhas onde as araras podem se abrigar e se reproduzir, como na praça central e na rua Rafael Pereira. Segundo especialistas, essas aves têm hábitos diurnos e costumam viver em pares ou em grupos de três indivíduos, mantendo essa combinação até mesmo quando formam bandos maiores, que podem chegar a até 30 indivíduos. Atualmente, são um dos psitacídeos de grande porte mais notáveis no ambiente urbano, um fenômeno conhecido como “araras urbanas”.

Essa espécie é rara e está em risco de extinção, portanto, elas devem ser deixadas livres. Caso você aviste esses animais machucados ou presos, é fundamental entrar em contato com a Polícia Ambiental no 190.

1737795205