Superação no ar: após acidente, Rafael Soares descobre sua vocação como comunicador e segue os passos do pai

Foto: Divulgação
Aos 21 anos, Rafael Soares viu sua vida mudar drasticamente. Um acidente com um trem resultou na amputação de suas pernas, transformando sua rotina e desafiando seus sonhos. No entanto, em vez de se entregar às dificuldades, ele encontrou na comunicação uma nova forma de seguir em frente. Brincalhão e carismático, o jovem que, na época do acidente, era técnico em agropecuária se reinventou, conquistando muitos ouvintes na extinta rádio Lavínia FM, gravando propagandas volantes e apresentando eventos importantes na cidade de Lavínia e região. Filho do veterano locutor e apresentador Ari José Soares e da professora Áurea Bernardes (in memoriam), Rafael cresceu entre microfones, mas não imaginava que, anos depois, aquela também se tornaria sua profissão.
Nesta semana, o jornal AGORA NA REGIÃO conversou com Rafael Soares, de 40 anos, para conhecer um pouco mais sobre sua história. Confira:
Qual foi o ano do seu acidente?
Meu acidente ocorreu em 2006, um momento muito complicado na minha vida e na vida de toda a minha família.
Você é um grande exemplo de superação. A que atribui essa força?
Primeiramente, a Deus. Sempre fui uma pessoa de muita fé, e também aos meus familiares e amigos; eles sempre estiveram ao meu lado e sou muito grato a todos eles!

A comunicação fazia parte dos seus planos antes do acidente? Ou foi algo que você descobriu durante a recuperação?
Bom, eu cresci vendo meu pai fazer locução, era nos estúdios da Rádio Clube, Ritmos Danceteria, apresentações locais etc. Quando o acidente ocorreu, eu precisava ocupar minha mente, pois o meio agropecuário, que eu tanto gostava, já se tornaria muito difícil para mim. Foi aí que pensei: e se eu partir para a locução? Foi nesse momento que pedi uma oportunidade ao Cícero Rodrigues (Amaral), diretor da Lavínia FM. Confesso que, no começo, nem eu acreditava que poderia dar certo, mas sou uma pessoa que gosta de desafios. Ele me deu a oportunidade e o projeto foi ganhando forma. Com o passar do tempo, o programa “Café com Viola” já era um sucesso, e, por meio da rádio, surgiram outros trabalhos de locução, como apresentações e locução comercial em leilões e rodeios, graças a Deus!
Seu pai é locutor. Você se inspirou nele?
Sem dúvida alguma. Lembro-me de quando era criança e o via fazendo gravações e apresentações. Prestava muita atenção na respiração, dicção e afins. Carrego os ensinamentos dele comigo; ele sempre será meu exemplo!
Como sua visão sobre a vida mudou depois dessa experiência?
Sempre digo que não podemos chorar o leite derramado. Tenho comigo que tinha que ser assim; estamos aqui até onde Deus nos permitir. Então, vamos viver como se fosse o último dia. Eu vivo intensamente, sem reclamar. Terminava meu programa dizendo: “Nunca reclame de sua vida, pois muita gente daria tudo para estar em seu lugar.” Então, meus amigos, vivam!
E o que te motiva todos os dias a continuar superando desafios?
Sem dúvida, o que me motiva é a oportunidade que Deus me deu de estar vivo, minha família, meus amigos, a vontade de ajudar as pessoas, sempre com alegria e, principalmente, de contribuir, de certa forma, para um mundo melhor.