Neuza da Channel: uma vida dedicada ao trabalho e ao comércio em Mirandópolis
Foto: Eduardo Mustafa
Nascida em fevereiro de 1954, em Mirandópolis, Neuza Picinini de Oliveira Silva é um exemplo de resiliência e dedicação no comércio local. Crescendo em uma casa simples no sítio com seus pais e seis irmãos, Neuza sempre teve uma forte ligação com a terra e com o trabalho duro. Em uma entrevista reveladora, ela compartilha suas memórias, desafios e conquistas ao longo de sua trajetória.
Neuza, você nasceu em Mirandópolis?
Sim, eu cresci em Mirandópolis, na área rural, em uma casa com meus pais e seis irmãos. Meu pai era lavrador e minha mãe, dona de casa. Vivemos muito tempo no sítio, o que tornava o estudo um desafio, especialmente pela dificuldade de transporte. Por isso, só consegui estudar até a quarta série, já que também tinha que ajudar meu pai na roça.
Quando você se casou?
Casei aos 18 anos, com o Landinho. Logo em seguida, ele pegou uma empreita em Cianorte, no Paraná, e ficamos morando lá por oito meses. Durante esse período, havia mais de 80 pessoas trabalhando na equipe dele, e eu me responsabilizava pela comida. Cozinhar para todos era um trabalho muito grande! Nessa época, a Sueli, minha filha, foi criada no meio do pasto (risos).
Como vocês começaram a trabalhar no setor de salão de beleza?
Eu tenho duas filhas: a Sueli, que nasceu em 1971, e a Rose, em 1975. Depois que a Rose nasceu, comecei a trabalhar como manicure, logo antes dela completar um ano. Acredito que foi nesse período que minha carreira nesse ramo começou. Foram muitos anos dedicados a essa profissão. Um detalhe curioso é que, com 11 anos, a Sueli fez um curso de manicure em São Paulo. Naquela época, era permitido que crianças trabalhassem (risos). Com o tempo, elas decidiram abrir um salão, e eu abri uma loja.
Quando e por que você decidiu empreender com a Channel?
Para ser honesta, decidi abrir a loja porque estava fisicamente esgotada de fazer unhas. Não parece, mas é um trabalho muito cansativo! Então, no dia 24 de janeiro de 1996, iniciamos com uma pequena loja embaixo da antiga Rádio Clube, que hoje é a Massa FM. O espaço tinha apenas cinco prateleiras e muito sonho de crescer no comércio local. Depois de um tempo, mudamos para um prédio que era do Junior, onde havia a farmácia do Seu Jorge. Eventualmente, compramos o prédio onde estamos hoje, do Seu Bizaio. Ele foi uma ajuda significativa, entendendo nossas dificuldades e oferecendo um bom acordo de pagamento. Não tenho certeza, mas estamos aqui na rua Nove de Julho, nº 1095, há cerca de 25 anos.
Qual é a sua relação com Mirandópolis?
Sou apaixonada pelo comércio, especialmente por Mirandópolis. Enquanto eu tiver saúde, continuarei trabalhando aqui. O que me preocupa é que, após tantos anos no comércio, está cada vez mais complicado ser empresária. Com a internet, muitos estão optando por comprar online, e a situação da população está mais preocupante do que há muito tempo. Mas seguimos firmes, trabalhando e buscando o melhor para todos.
