Educação de excelência em Lavínia resulta na formação de líderes que transcendem fronteiras

Foto: Montagem AGORA NA REGIÃO
As escolas Coronel Joaquim Franco de Mello e Padre Cesare Toppino, em Lavínia destacaram-se pela qualidade educacional, formando cidadãos e profissionais que levam o nome da cidade além das fronteiras estaduais e brasileiras. Um exemplo notável é Levi Leite, filho de Eduardo Miranda Leite e Izerda Miranda Leite (In Memoriam), que nasceu, cresceu e estudou em Lavínia.
Inspirado pelo trabalho de excelência de seus professores, Levi decidiu ainda no ensino fundamental que seguiria a carreira docente. Após concluir o magistério, iniciou sua trajetória como monitor de alunos pela prefeitura municipal, dedicando-se integralmente à escola das 7h às 22h. Sua proatividade o levava a auxiliar em diversas áreas, como cantina, secretaria e aulas. “Sou muito intenso no que faço, nada obrigado, mas eu amava ficar na escola”, lembra Levi.

Enquanto cursava pedagogia, começou a substituir aulas esporadicamente. Seu carisma e habilidade no trato com jovens o levaram a atuar também como “Comissário de Menor”, função equivalente ao Conselho Tutelar na época. Com a conclusão da graduação e experiência acumulada nas redes municipal e estadual, Levi assumiu a direção de educação em Lavínia de 1991 a 1993.
Em 1997, de tradição adventista, foi convidado a dirigir o Colégio Adventista de Assis, onde permaneceu até 2000. A partir daí, atuou em colégios adventistas em diversas cidades do Brasil e do Paraguai. Sua dedicação à educação já o levou a países como França, Inglaterra, Canadá e, mais recentemente, Egito. Na América Latina, já palestrou na Argentina, Bolívia, Uruguai, Chile, Peru e Equador.
MÁRCIO VILLAS BOAS TAVARES
Outro exemplo de trajetória inspiradora é a de Márcio Villas Boas Tavares. Filho de professores, ele teve o amor pelo conhecimento despertado ainda na infância. Ele conta que, quando seu irmão mais velho estava concluindo o ensino fundamental no final da década de 80, seus pais começaram a considerar a mudança de Lavínia, pois, na época, a cidade oferecia apenas o curso de magistério, e o ensino a distância ainda não existia da forma como é hoje.
Diante dessa necessidade, seu pai, que era diretor do Grupo Escolar Franco de Mello, prestou concurso em Bauru e passou a trabalhar na cidade. Durante um ano, fez o trajeto entre Lavínia e Bauru semanalmente, até conseguir levar toda a família.
Em Bauru, Márcio concluiu o ensino fundamental em uma escola pública e, no ensino médio, passou a estudar em uma instituição particular. Desde os primeiros anos dessa fase, começou a prestar vestibulares e foi aprovado em diversas universidades. No entanto, optou por iniciar o curso de Direito em Bauru mesmo.
“Desde o início, eu já sabia que queria ser professor. Meu plano era ser promotor, ganhar dinheiro e abrir uma escola. Mas, com o tempo, me decepcionei com o Direito e percebi que essa não era minha área. Desde o ensino médio e mesmo dentro do curso de Direito, dava aulas particulares para amigos, e foi aí que percebi meu verdadeiro caminho. Só que eu queria ensinar crianças e adolescentes.”

Foto: Divulgação
A trajetória acadêmica de Márcio tomou um novo rumo quando ele se apaixonou – literalmente – pela professora de inglês e pelo idioma. Decidiu, então, trocar o curso de Direito pelo de Letras e, além de se casar com a professora, realizou o sonho de ser pai. Sua filha, hoje com 20 anos, é sua maior conquista.
Com a formação em Letras, surgiram diversas oportunidades: ele lecionou, coordenou escolas públicas e, junto com sua esposa Tereza, na época, abriu uma escola particular de idiomas. Além disso, especializou-se em Gestão Escolar e fez mestrado em Comunicação.
Atualmente, Márcio trabalha na interseção entre comunicação e educação – duas áreas que, segundo ele, se complementam e o fascinam. Desde 1994, atua como professor e, há oito anos, migrou do ensino convencional para as aulas online. Ele conta que tem uma forte conexão com os adolescentes.
“Sempre gostei de trabalhar com o ensino médio. Essa fase me fascina porque exige acompanhamento próximo. O importante é oferecer todas as ferramentas e deixar a criatividade deles fluir, sem cerceá-los.”
Márcio explica que muito do que aprendeu veio dos anos vividos em Lavínia. Ele lembra com carinho das experiências na Escola Padre Cesare e cita o professor Cido e a professora Shizuko como alguns de seus principais motivadores.
“Lavínia foi um laboratório maravilhoso para mim. Na Escola Padre Cesare, fizemos basquete, vôlei, teatro, fanfarra, gincanas. Tínhamos acesso à música, à arte, ao esporte. O que vivi lá fez uma diferença enorme na minha vida. Sempre tentei levar para as escolas onde trabalhei o que aprendi em Lavínia. Até hoje guardo o roteiro do Auto da Compadecida, onde atuei como Chicó, entre outros trabalhos que fiz com meus colegas.”
O educador tem um carinho especial pelo teatro, que foi fundamental para o seu crescimento pessoal e profissional. “Eu tinha uma insegurança muito grande. Gaguejava para falar em público, e o teatro me ajudou muito: me deu postura, presença de palco e confiança.”
Além da docência, Márcio atua como mestre de cerimônias e intérprete em eventos internacionais. Também foi colunista da Rádio Alviverde, em Bauru, onde entrevistava brasileiros que moravam no exterior e compartilhavam suas experiências.
Márcio também já morou em três países diferentes para estudar: Argentina, Canadá e Estados Unidos. Além de viagens pessoais.
Márcio é formado em Letras, pós-graduado em Gestão Escolar e mestre em Comunicação pela USP. Além disso, possui diversas formações complementares, incluindo cursos de neurolinguística. Seu objetivo sempre foi compreender melhor o ser humano e ajudar tanto os alunos quanto os pais, que enfrentam desafios cada vez maiores na educação.
“O papel do educador vai muito além de ensinar uma matéria. Precisamos entender quem é aquele aluno e extrair o máximo do seu potencial. Muitas vezes, por trás de frases como ‘eu não sei’ e ‘eu não consigo’, existe uma dor. Ensinar um conteúdo pode ser fácil, mas, às vezes, o que impede o aprendizado é justamente uma crença limitante que o aluno carrega”, finaliza.