Sacrifícios de louvor

Sacrifícios de louvor

Foto: criada via Chat GPT

Esses dias vi uma moça muito agradecida dar um presente diferente e inesperado para uma colega de trabalho que a estava ajudando a terminar seu projeto de pesquisa, obrigatório para a conclusão de seu curso. Quando anunciou o presente, as duas se abraçaram de uma maneira muito bonita e tocante. Acho que o presente não foi barato, e era o que ela podia dar. Se tivesse mais, tenho certeza que se agradaria em dar algo ainda melhor.

Assim também deve ser o tempo da Páscoa, queridos irmãos: na medida do nosso coração, darmos a Deus tudo quanto pudermos. Diante d’Ele não se poupa, mas se dá tudo, pois Ele mesmo não se poupou: no dolorosíssimo sacrifício da cruz, não se isentou de esforços, e no esplendor da sua vitória, não economiza benefícios aos homens.

Conforme está na Carta aos Hebreus (cap. 13, v. 15), a qual faz referência ao cap. 14 do Livro de Oséias (v. 2), que tal oferecermos ao Senhor “sacrifícios de louvor”? Por exemplo: a Missa do Sábado Santo é repleta de leituras de uma riqueza enorme – são várias, longas, intercaladas por Salmos e orações. Que tal voltarmos a elas, lendo-as com calma? Ou então lermos nos Evangelhos os relatos sobre a Ressurreição, ou no Livro dos Atos dos Apóstolos as ações da Igreja nascente? Ou ainda meditarmos Salmos de louvor?

O tempo pascal é um período oportuno para manifestarmos a Deus nossa gratidão, tanto com as palavras e orações quanto com gestos de amor. O fato merece: a vitória de Jesus na Ressurreição, preparada durante séculos, é algo tão grandioso que, na liturgia, o dia da Páscoa se prolonga por mais sete dias, totalizando oito e compondo a chamada Oitava da Páscoa, celebrada como se fosse um único dia. É tudo tão tocante, belo e profundo que merece uma atenção acurada.

Nesse mundo caótico e secularizado, que não devota a Deus o louvor que Ele merece, permitamos nós que o ardente amor divino, manifesto na obra redentora, seja correspondido pelo nosso! Entre as duas colegas tudo aquilo poderia ter terminado com a entrega do trabalho e um “muito obrigado”, ainda que carinhoso, mas aquele presente criou um elo entre as duas, e naquele abraço houve gratidão, alegria e comoção. Da mesma forma, que nossos gestos, palavras, carinho e atenção, ainda que com sacrifício, sejam o presente a dar ensejo para o abraço entre a doação divina e a gratidão humana!

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