O trabalho humano – parte 1

Foto: Gerada via Chat GPT
Na homilia da Missa do dia de São José Operário, em 1º de maio, o padre mencionou brevemente, mas de maneira bela e singela, dois ingredientes muito importantes do trabalho, desconhecidos, esquecidos ou negligenciados por muita gente: a santificação do homem e a colaboração na criação divina. “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto”, diz Deus a Adão após a queda (Livro do Gênesis, cap. 3, v. 19). E não tendo qualquer pecado, antes de sua vida pública o próprio Jesus trabalhou e assim levou essa atividade humana à perfeição.
Dias depois, numa palestra sobre inteligência artificial (IA) – o termo não é correto, pois não existe propriamente uma inteligência em seres inanimados como computadores e robôs –, o discursante falava dos seus benefícios para os negócios quando bem implementada, como expressivos ganhos de produção e rentabilidade. Ao ser questionado, falou também dos riscos – o sigilo dos dados, por exemplo, não pode ser totalmente assegurado. Em todo caso, o fato é que esse mecanismo está em uso e pleno desenvolvimento, e é uma etapa posterior à automação e informatização de sistemas, implementadas há décadas.
A impressão que temos quando ouvimos essas palestras sobre inovação e tecnologia é que muito do trabalho humano será substituído por sistemas de informática e sobrará mais tempo para lazer e descanso, o que de fato já aconteceu – hoje se produz muito mais em menos tempo e com menos recursos –, mas a impressão é que o tempo ultimamente tem passado tão rápido que não se consegue aproveitar tanto dele… De qualquer forma, importa preparar-se para utilizar bem as inovações que surgem – desde que moralmente aceitáveis –, mas importa antes dar ao trabalho o significado profundo e redentor conferido pelo próprio Deus. Antes um trabalho árduo e que O glorifique do que outro brando ou rentável e que leve à perdição!
Assim, recorramos a São José pedindo a graça de trabalhar honesta e santamente, com inteligência, afinco, modéstia e paz. E como amanhã é dia das mães – utilizada por muitos de nós para homenageá-las mesmo não sendo uma data cristã –, peçamos também a Ele e à Virgem Maria pelo bem de todas elas, que tanto trabalharam ou trabalham para o nosso bem – e ainda que não o tenham feito, merecem nossa gratidão por nos terem dado à luz.
O bom Deus ilumine e conduza as mães e os trabalhadores de boa vontade!