O trabalho humano – parte 2

Foto: Gerada via Chat GPT
O mistério da Encarnação alcança a criação toda e tudo o que é genuinamente humano foi elevado com a vinda do Verbo Eterno. Séculos antes já rezava o Salmista: “Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo” (Salmo 8, vv. 5-7). O ser humano, criatura com a mais alta dignidade no mundo físico, foi elevado ainda mais com a concepção de Jesus no seio da Virgem Maria!
E o trabalho, atividade propriamente humana, foi elevada à perfeição pelo trabalho exercido por Jesus antes da sua vida pública. A ordem de Deus a Adão após a queda – “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto” (Livro do Gênesis, cap. 3, v. 19) – foi seguida pelo seu próprio Filho. Se por causa do pecado o trabalho adveio como um castigo para a santificação do homem, além de lhe conceder a graça de cooperar na obra da criação por meio da atividade laboral, Deus dispôs que o labor de seu Filho plenificasse essa atividade. Eis aí uma fonte de espiritualidade para o cotidiano do cristão!
E como se isso não bastasse, Ele deu ao homem a faculdade de colaborar na sua obra de redenção! Daí que é pela força divina que os ministros ordenados administram os sacramentos, necessários para a salvação. Além deles, todo o bem que a Igreja opera – sacramentais, pregações, ensino, obras de evangelização e obras de caridade conduzidas por papas, bispos, padres, leigos e religiosos de congregações masculinas e femininas – consiste numa imensa obra divina para a qual o ser humano é convidado. Ainda que o clero tenha maior responsabilidade, cada fiel é chamado a ser um operário da vinha do Senhor!
Em tempo pascal como estamos, devemos aprofundar o mistério da Ressurreição de Jesus, que decorre dos mistérios de sua Encarnação e de sua Paixão. Cada ato, cada gesto e cada dia da vida terrena de Jesus compuseram uma obra de perfeito cumprimento da vontade do Pai, sem qualquer economia de esforços para redimir o homem e elevá-lo de sua miserável condição – Ele trabalhou e trabalha para isso. Assim, sejamos generosos, exercendo nosso trabalho em obediência, gratidão e santidade, e trabalhando também, com alegria, cada qual com seus dons e em seu estado de vida, para a edificação do Reino de Deus que já está entre nós e será consumado no último dia!
Aleluia! Viva o Senhor Ressuscitado!
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