Do fardamento ao jaleco: a trajetória de Luiz Mattos, o veterinário que agora aposta no ramo fitness em Mirandópolis

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Ele trocou a estabilidade de um concurso público pela paixão da infância. Luiz Francisco Mariano Mattos Leite, nascido em 1983 em Getulina-SP, cresceu em Mirandópolis e é hoje um dos nomes mais respeitados na medicina veterinária da região. Dono da clínica Pet Life desde 2009, referência em atendimento de pequenos animais, ele agora se prepara para inaugurar a Kingdom Fit, uma academia com conceito inovador que promete transformar vidas. O lançamento será no dia 31 de maio de 2025, com um coquetel de apresentação. Antes de tudo isso, Luiz foi policial rodoviário estadual por sete anos, até decidir seguir seu verdadeiro sonho. Pós-graduado em clínica médica, cirurgia e oncologia animal, hoje também se especializa em psicologia animal. A seguir, ele compartilha sua trajetória em um bate-papo direto, sincero e inspirador.
Como foi sua infância?
Minha infância aqui foi muito feliz. Também foi de muito trabalho. Meus pais tinham comércio — primeiro um bar, depois uma sorveteria — e eu e minha irmã sempre ajudamos desde pequenos, claro, dentro do que era possível. Ao mesmo tempo, brinquei muito na rua. Era uma época em que as crianças viviam fora de casa. A gente brincava até dentro de bueiro (risos). Foi uma infância divertida, com altos e baixos como a de todo mundo, mas muito especial.
Quando você terminou o ensino médio, o que decidiu fazer?
Fui para Jardinópolis fazer escola da Polícia. Passei no concurso da Polícia Rodoviária Federal aos 18 anos e comecei minha carreira. Na época até iniciei Administração, mas a oportunidade do concurso falou mais alto.
Quanto tempo ficou na Polícia Rodoviária?
Fiquei cerca de sete anos. Trabalhei na 6ª Companhia, vinculada a Araçatuba. Dentro da Polícia Estadual eu comecei a fazer cursinho, porque eu sonhava em prestar o Barro Branco, já que sempre gostei muito de estudar. Porém, alguns companheiros já diziam que aquele trabalho não era para mim, pois meu negócio era estudar.
E quando a veterinária entrou na sua vida de verdade?
Era um sonho antigo. Quando surgiu a oportunidade de estudar em Andradina, agarrei. Trabalhava na Polícia à noite e estudava durante o dia. Foi uma fase puxada, mas necessária. No início, pensei em prestar o concurso para a Inspeção Federal, que garante estabilidade e bom salário. Mas quando fiz o estágio nessa área, percebi que não era pra mim.
Pensou em desistir da veterinária?
Cheguei a ficar um pouco perdido. Foi um amigo quem me direcionou. Ele disse que meu perfil era para trabalhar com pequenos animais, e me indicou um estágio numa clínica da família dele em São Paulo. No primeiro momento eu não fui. Mas depois eu passei a estagiar na clínica de um professor por nome Asis, que me ajudou muito também. Descobri que tinha facilidade, talento e vontade. Juntei tudo isso e mergulhei de vez.
Quando decidiu sair da Polícia?
Dois meses antes do estágio obrigatório, ficou difícil conseguir trocar plantões. Conversei com meus pais e decidi sair. Eu e minha esposa havíamos juntado dinheiro para comprar um terreno, mas mudamos os planos e investimos na compra de uma sorveteria do meu pai para manter uma renda até que a veterinária começasse a andar.
E quando nasceu a Pet Life?
Em julho de 2009. Alugamos uma casa, fizemos as adaptações e abrimos a clínica em Mirandópolis. Continuei estagiando mesmo após formado para aprender ainda mais. Já fazia alguns atendimentos a domicílio em Mirandópolis e a tarde ia para Andradina para continuar estagiando na clínica.
Como foi essa trajetória até hoje?
Fui me especializando sempre. Hoje, atendemos desde a parte clínica, cirúrgica, profilaxia até terapias integrativas. Também temos banho e tosa.
Agora vem um novo desafio: a Kingdom Fit. De onde surgiu a ideia?
Surgiu de uma dificuldade. Eu fazia parte de uma diretoria de uma instituição e propus um projeto para renovar a academia dessa instituição, mas não aceitaram. Paralelamente, meu e-commerce estava se tornando inviável. Eu tinha um espaço parado e decidi investir. O projeto começou a ser pensado há um ano e meio. A Kingdom é uma marca nossa, registrada, com equipamentos próprios. Foi algo muito bem planejado.
Quais foram as maiores dificuldades?
Tive vários obstáculos no caminho. Em determinado momento, tudo começou a dar errado e eu questionei muito a Deus. Mas recebi uma resposta divina: a Kingdom será um lugar onde vidas serão transformadas. Isso nos fortaleceu. Não será só uma academia. Nós acreditamos nisso desde o começo. Nossa equipe sabe que temos um propósito e que nossos valores não são negociáveis.
A Kingdom vai além da musculação?
Com certeza. Vamos oferecer muito mais do que exercícios físicos. Nosso foco é cuidado, empatia, amor ao próximo. Queremos cuidar das pessoas por inteiro. Transformar vidas é nosso objetivo.