Ousadia: a história de resiliência e empreendedorismo de Cidinha no comércio de Mirandópolis

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Em uma conversa descontraída, temos a oportunidade de conhecer a trajetória inspiradora de Maria Aparecida Matias dos Santos, popularmente conhecida como Cidinha. Casada desde 1984 com Manoel Santos (Mané), Cidinha é mãe de um filho e avó de dois netos. Nascida e criada em Mirandópolis, ela compartilha lembranças da infância, suas experiências de trabalho desde cedo e a paixão pelo comércio que a acompanha até os dias de hoje. Ao longo da entrevista, Cidinha nos revela os desafios e as alegrias do empreendedorismo com a Ousadia Modas, além de suas estratégias para adaptação em um mercado em constante transformação.
Onde você nasceu e cresceu?
Nasci em Mirandópolis no dia 26 de setembro de 1964. Cresci com meus avós, pais e um irmão mais novo. Meu pai trabalhou e se aposentou na prefeitura, e minha mãe podemos dizer que era do lar. Minha infância foi toda em Mirandópolis, e a primeira lembrança que tenho é de uma casa em que meus pais moravam próximo ao Hospital Estadual, que a gente chamava de Hospital das Clínicas (risos). A parte educacional fiz toda na Escola Hélio Faria, que me traz excelentes recordações, bons tempos de infância e juventude.
Começou a trabalhar cedo?
Hoje, um adolescente com 14 ou 15 anos não pode trabalhar. Eu digo isso e até me emociono, pois comecei a trabalhar com nove anos. Eu queria ter as minhas coisas e sabia que meus pais não tinham condições financeiras de me proporcionar. Então, estudava de manhã e, no período da tarde, trabalhava. Com isso, conseguia comprar as minhas coisas com esse meu dinheiro.
E as outras experiências de trabalho?
Com 13 anos, fui trabalhar no comércio. Minha primeira experiência foi na Mercearia Maeda. Olha quanto tempo estou no comércio, desde lá nunca mais saí (risos). Depois fui trabalhar com o Seu Paulo, na Ideal, onde o gerente na época era o Marcos. Na sequência, trabalhei na Marajá Calçados, onde fiquei 10 anos. Por último, trabalhei 17 anos na Aluxe, que foi uma grande experiência, pois trabalhei com bons profissionais.
Você sempre gostou de trabalhar no comércio?
Eu digo que essa paixão está no meu sangue, pois me recordo que, muito pequena, saia com a minha avó vendendo por fazendas, sítios e bairros afastados. E trabalhar com comércio é algo que precisamos gostar para fazer bem.

E o empreendedorismo, quando surgiu?
A minha vontade de ter algo próprio surgiu quando ainda trabalhava na Aluxe. Eu queria ter a minha própria loja e comecei a vender em casa. Lembro que não tinha tempo de almoçar e jantar, pois usava qualquer tempo livre para ir até o cliente. Fiquei dois anos trabalhando na Aluxe e, à noite e nos fins de semana, em casa. Depois disso, saí da Aluxe e fiquei ainda outros dois anos só trabalhando em casa. Depois disso que montamos a Ousadia Modas no mesmo local em que estamos hoje, que é na rua João Domingues de Souza, n° 551. Começamos atendendo masculino e feminino, mas, nos últimos sete anos, passamos a atender apenas o público feminino.
É muito desafio empreender?
Realmente, é um grande desafio. Ter comércio é uma luta diária, principalmente porque estamos passando por um momento crítico no setor. Por isso, também focamos somente no público feminino, que é o que tem mais saída. Para superar os desafios, precisamos nos atualizar com os produtos e também nas vendas, investindo nas redes sociais para conseguir atingir nosso público da melhor maneira. Inclusive, uma vez por mês estou em São Paulo, faço questão de ter esse diferencial para manter a qualidade.
Quer deixar uma mensagem final?
Sou muito grato à minha funcionária Bruna, que caminha comigo há 13 anos, ela é meu braço direito e esquerdo dentro da loja. Agradeço também à Isa, que está conosco há dois anos. Além disso, preciso agradecer à minha família, em especial ao meu marido e ao meu filho Rafael, que são peças fundamentais. Por último, mas não menos importante, quero agradecer a Deus, pois sem Ele nada é possível.