A força que vem do alto

A força que vem do alto

Foto: Criada via Chat GPT

Enfim, chegamos ao fim de semana de Pentecostes, após a Quaresma e a Páscoa, períodos em que a Igreja enfatiza ainda mais a obra da redenção, alcançada por Jesus por meio de sua morte. É nela que somos batizados, como ensina São Paulo na Carta aos Romanos: “Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova” (cap. 6, v. 4). E quando recebemos o Batismo e o Crisma, nos são infundidos o Espírito Santo e seus dons que hoje celebramos, sem os quais viver essa vida nova seria impossível, mesmo com a vontade mais firme e a inteligência mais perspicaz.       

Ouvimos no Evangelho de São João, lido na Missa de hoje à tarde ou à noite (diferente do que será lido amanhã, pois na Solenidade de Pentecostes há um formulário de leituras para a Missa de hoje e outro para a de amanhã): “No último dia da festa, o dia mais solene, Jesus, em pé, proclamou em voz alta: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior”. Jesus falava do Espírito, que deviam receber os que tivessem fé nele; pois ainda não tinha sido dado o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado” (cap. 7, vv. 37-39). De fato, como atesta a história da Igreja e a vida dos santos, rios dessa água viva têm jorrado desde o dia de Pentecostes, até hoje!

A presença do Espírito Santo em nós é a condição de possibilidade para a vida cristã, sem a qual nós nada ou muito pouco conseguimos. Na segunda leitura da Missa de hoje, da Carta aos Romanos, São Paulo nos ensina: “Também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (cap. 8, v. 26). A nossa condição decaída é auxiliada e soerguida pelo próprio Deus, como profetizado no Livro de Ezequiel: “‘Ossos ressequidos, escutai a palavra do Senhor!’ Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida” (cap. 37, vv. 4-5, trecho de uma das leituras possíveis para a Missa de hoje).

Assim, além da alegria pela presença de Deus em nós, celebrar Pentecostes implica em reconhecer nossa fraqueza e a força que vem do alto, e permitir que essa força, suplantando nossas misérias, nos leve à realização da vontade divina e à perfeição própria do nosso estado.

Clamemos então, com toda a alegria e confiança: Vinde, Espírito Santo!

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