Desafios e compromisso: os primeiros 90 dias de Carolina Bornelli à frente da Saúde de Mirandópolis

Desafios e compromisso: os primeiros 90 dias de Carolina Bornelli à frente da Saúde de Mirandópolis

Foto: Eduardo Mustafa

Completando seus primeiros três meses à frente da Diretoria de Saúde de Mirandópolis, a gestora Anna Carolina Ferreira Leite Bornelli já coleciona desafios, aprendizados e uma certeza: é preciso muito trabalho e união para melhorar os serviços públicos de saúde oferecidos à população.

Natural de Pereira Barreto, criada em Sud Mennucci, Carolina traz no currículo mais de duas décadas de experiência em gestão pública, especialmente na área da saúde. Formada em Direito pela Unip de Araçatuba em 2003, ingressou na prefeitura de Sud Mennucci ainda como estagiária em 2000, e, desde então, não deixou mais o serviço público. “No começo trabalhei com convênios e licitações, mas logo comecei a apoiar a área da Saúde e me apaixonei pelo trabalho mais humano”, relata.

A experiência ganhou corpo em Ilha Solteira, onde trabalhou por mais de 10 anos, primeiro como apoio técnico da secretaria de Saúde e depois como assessora direta do prefeito, sempre ligada à pasta. “A saúde exige mais do que gestão, exige empatia. E eu acredito que deveria ter feito Assistência Social, porque gosto de ouvir, entender e estar com as pessoas”, afirma.

SAÚDE EM MIRANDÓPOLIS

O convite para assumir a pasta em Mirandópolis veio de forma inesperada. “Eu estava em casa, pensando em estudar, quando o prefeito Grampola me ligou dizendo que teve recomendações sobre meu nome. Conversamos, visitei a diretoria, entendi o cenário e decidi aceitar o desafio.” Ela iniciou oficialmente no cargo no dia 20 de março.

Nesses três primeiros meses, Carolina diz ter percebido tanto potencial quanto carências. “As estruturas existem: temos equipes de Saúde da Família, um CAPS gerido com recursos próprios, um centro de especialidades. Mas a população ainda é muito carente de informações e apoio”, destaca. Para ela, o trabalho das equipes de saúde é admirável, mas limitado pelas condições e estrutura. “Fazem muito com o pouco que têm”, reconhece.

Entre os principais entraves identificados, a gestora destaca a necessidade de reorganização e reeducação do uso dos serviços de saúde pela população, especialmente em relação ao Pronto Atendimento. “Hoje o PA virou um grande centro de atendimento geral, onde as pessoas vão para tudo — pegar receita, pedir atestado. Isso deveria estar concentrado na Atenção Básica. Estamos trabalhando para que a população compreenda essa diferença.”

Outro tema que Carolina está analisando com cautela é a terceirização dos serviços de saúde, pauta que tem gerado debates na cidade. “A terceirização pode ser viável, sim, mas exige um estudo profundo e técnico. Ela transfere responsabilidades e pode gerar melhorias, mas não pode ser feita de forma atropelada. Estou justamente nessa fase agora: depois de estudar os dados, estou analisando a infraestrutura”, explica.

Apesar da complexidade da função, Carolina tem se sentido acolhida em Mirandópolis, cidade com a qual já tinha laços afetivos. “Sempre tive amigos aqui, frequentei a cidade desde criança, tenho carinho e respeito pelos moradores. Por isso, aceitei esse desafio com o coração aberto.”

No mês em que Mirandópolis completa 91 anos, a diretora reforça seu compromisso com o município e com a população. “A saúde pública precisa de qualidade, equidade e assistência. Eu peço o apoio da comunidade, que segurem minha mão e venham junto comigo. Só juntos vamos conseguir avançar.”

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