Elevação

Foto: Criada via Chat GPT

Sábado passado fui assistir a apresentação de uma orquestra sinfônica. No repertório, Beethoven, Strauss e Grieg, e um bis cujo compositor me foge à memória. Uma bela execução, com o teatro quase cheio. É realmente uma experiência rica e edificante, infelizmente pouco comum a nós… Antes ainda do início, a sensação de ouvir os músicos afinando os instrumentos de corda é tocante.

Sou um apreciador de música, mas quase nada entendo dela. E pesquisando sobre orquestra sinfônica, descobri que ela difere da orquestra filarmônica pela fonte de financiamento: esta última privada e a outra governamental. E que a palavra orquestra vem do fosso onde ficavam os músicos e dançarinos nos teatros gregos da antiguidade, embaixo do palco. E ainda, que as orquestras de câmara, bem menores que as sinfônicas, podem não ter maestro.

Como todo campo de conhecimento, há um mundo de coisas interessantes sobre a música, mas a despeito disso, sua mera apreciação (da boa música) tem um efeito altamente benéfico para a mente e alma humanas. Ao ver uma orquestra, mesmo pela televisão ou internet, como não associar a variedade de instrumentos, cujas posições no palco afetam o equilíbrio musical, à multiplicidade dos talentos humanos e à necessidade de sua harmonização, seja na sociedade ou na Igreja? Como não associar a atuação do maestro à ação de Deus visível no mundo, e numa orquestra de câmara, sem ele, à sua invisível ação ordenadora na natureza? 

As sinfonias não são ainda o que há de mais elevado na música: por dispor e conduzir a alma humana para Deus, ocupa esse posto a música litúrgica, um tipo de música sacra representada especialmente pelo cantochão, o canto gregoriano no Ocidente e os cantos litúrgicos das Igrejas Orientais. Conhecer e apreciar tanto a música erudita quanto a sacra é altamente salutar – a internet está repleta de opções, ainda mais em meio ao barulho e à desordem do mundo atual.

A batida do funk vai rebaixando a alma aos instintos mais animalescos e ao imediatismo, pois sua pobreza musical e seus sons grotescos deformam o imaginário, especialmente dos jovens. Mas a boa música aquece a alma e traz sentido à vida, pois os instrumentos usados e a harmonia entre eles suscitam os melhores sentimentos e pensamentos. Fiquemos com aquilo que é mais elevado!

Ótimo fim de semana e que o bom Deus conduza a todos nós!