Redes sociais se consolidam como ferramenta essencial na busca e proteção de animais em Mirandópolis
Foto: O mundo cão
Perder um animal de estimação é uma experiência angustiante. Horas de procura pelas ruas, ligações e pedidos de ajuda entre vizinhos fazem parte da rotina de quem vive esse desespero. Porém, com a força da internet e o engajamento da comunidade, as redes sociais têm se tornado grandes aliadas para reencontros e também na luta pela causa animal.
Em Mirandópolis, protetores independentes e organizações utilizam plataformas digitais como Facebook, Instagram e WhatsApp para divulgar casos de animais perdidos, estimular a adoção responsável e mobilizar ações de resgate. O resultado tem sido positivo, com histórias de reencontros emocionantes e cada vez mais pessoas envolvidas.
A presidente da ONG Gateiras do Brasil, Dominike Mustafa, 40 anos, conta que desde o início do projeto — que atua com resgate, castração e adoção consciente — percebeu o poder das redes na causa animal. “Muitas vezes, um simples compartilhamento pode fazer um animal reencontrar seu tutor ou conseguir um novo lar. O amor pelos gatos e a vontade de ajudar sempre foram meus maiores motivadores. Estar presente nas redes sociais é uma forma de dar voz a esses animais que não têm como pedir ajuda sozinhos”, explica.
O foco principal da página Gateiras do Brasil é a adoção responsável, mas o perfil também divulga casos de desaparecimento e resgates. Ela afirma já ter presenciado inúmeros reencontros. “Já vi situações em que o animal foi encontrado semanas depois, longe de casa, e outras em que o reencontro aconteceu em poucas horas, porque alguém reconheceu nas redes. É uma sensação indescritível saber que nosso trabalho faz diferença e mobiliza pessoas por uma causa em comum”, relata.

Dominike complementa lembrando que não são apenas cães e gatos que desaparecem. “Já recebemos pedidos de divulgação de coelhos e até para aves. Isso mostra o quanto ainda precisamos nos conscientizar sobre prevenção. Lugar de pet é dentro de casa, em um ambiente seguro. Animais soltos correm riscos de atropelamento, envenenamento, maus-tratos e doenças”, alerta.
PAIXÃO PELOS ANIMAIS
Outra voz importante na causa é a da protetora independente Maria Helena Batista, 67 anos, apaixonada por animais desde sempre. Após se aposentar, ela decidiu se dedicar integralmente à proteção animal. Maria Helena não tem página própria, mas administra um grupo de WhatsApp com outros protetores da cidade.
“Quando se trata de um animal perdido, a rede social é indispensável. Publicamos uma foto e, em pouco tempo, praticamente toda a cidade já está sabendo. Antes, era muito mais difícil”, comenta.
Ela conta que já viveu o drama de perder seu próprio gato, idoso e com bronquite. “Fiquei desesperada. Publiquei nas redes e, no mesmo dia, uma pessoa me ligou dizendo que ele estava no quintal dela. Sem a ajuda da internet, seria bem mais demorado.”

Maria Helena observa que os cães costumam ser encontrados com mais rapidez do que os gatos. “Cachorros geralmente são mais sociáveis e acabam sendo acolhidos por alguém. Já o gato, quando foge, se esconde e fica acuado, o que torna o resgate mais complicado”, analisa.
PATINHAS DE RUA
A página Patinhas de Rua, que existe há quatro anos, também tem papel fundamental na causa. Criada por uma moradora que prefere não se identificar, a página divulga animais perdidos, promove adoções e recebe denúncias de maus-tratos. Além disso, mobiliza doações e lares temporários para os bichinhos resgatados. “As redes sociais são essenciais. Já conseguimos reencontros em tempo recorde.” Ela confirma que os casos envolvendo cachorros geralmente têm mais engajamento.

RESPONSABILIDADE DOS TUTORES
Maria Helena também reforça alerta aos tutores. “Pode acontecer de um animal escapar quando abrimos o portão ou saímos de carro. Mas os casos têm aumentado muito, e alguns têm sido até reincidentes. O maior desafio que encontramos nas nossas redes sociais é que somos protetores independente, é um trabalho totalmente voluntário. Algumas pessoas nos pedem coisas que não temos como atender”, complementa.
Dominike reforça a importância de medidas simples, como castração, coleira de identificação e atenção aos portões e janelas, que podem evitar fugas. “Os donos precisam ser responsáveis pelos animais, tanto nos cuidados como em manter o animal dentro de casa”, finaliza.

