‘Dedicar o seu tempo para a felicidade do outro é muito gratificante’, conta a cerimonialista Liliane Matos
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Natural de Andradina, formada em Direito e funcionária pública há 18 anos, nossa entrevistada da semana tem conciliado sua vida pessoal com a profissional ao cuidar, assessorar e planejar casamentos. Liliane Matos Tanaka, de 40 anos, é acadêmica de Direito por escolha e cerimonialista por paixão. Com o sonho de organizar um destination wedding (casamento celebrado fora do país), Liliane se empenha diariamente para alcançar essa meta. Casada com Claudio Tanaka e filha de Messias e Elisabeth (In Memoriam), ela compartilha sua história ao lado da irmã Maynara, onde juntas conquistaram sonhos e enfrentaram a perda precoce da mãe. Confira a entrevista completa abaixo.
Onde nasceu e estudou?
Nasci em Andradina, cresci no bairro Stella Maris e tive uma infância tranquila ao lado dos meus pais, Messias e Elisabeth, e da minha irmã Maynara. Vindo de uma família simples, conquistei muitas coisas, como me formar em Direito pela UNIP em Araçatuba. Há 18 anos, trabalho como funcionária pública, e apesar do apoio psicológico sólido em casa, tanto eu quanto minha irmã trabalhamos desde cedo para custear nossos estudos. Meu primeiro emprego foi no Escritório de Advocacia Farias Meira aos 18 anos, onde atuei como secretária e desenvolvi uma forte amizade com o meu ex-patrão. Até hoje mantenho essa amizade, tanto que estabeleci meu próprio escritório de cerimonialista no mesmo local, após 20 anos, o que é muito gratificante para mim.
Como surgiu o interesse em se tornar cerimonialista?
Quando iniciei este projeto, nunca tive a intenção de ser reconhecida apenas como cerimonialista de uma cidade específica. Meu objetivo sempre foi ser reconhecida na região e tenho conseguido colocá-lo em prática. Atendo de Três Lagoas a Birigui, incluindo Ilha Solteira, Fernandópolis, e já realizei eventos em locais renomados como o Terraço Itália em São Paulo, entre outros. Desde os tempos de faculdade, sempre gostei de organizar encontros. No entanto, descobri minha vocação durante meu trabalho como funcionária pública, ao organizar a Jornada da Cidadania. Por falta de recursos, precisávamos encontrar soluções, o que me levou a desenvolver oficinas de arte e música, estimulando minha criatividade. Foi nesse contexto que conheci um mestre de cerimônias que reconheceu minha habilidade em organização, surgindo assim a ideia de me tornar cerimonialista. Em 2018, busquei a orientação de uma cerimonialista renomada na região de Presidente Prudente, o que me proporcionou a oportunidade de trabalhar com ela e seguir diversos cursos. Antes de entrar efetivamente no mercado, desejava entender os bastidores e a dinâmica do trabalho, certificando-me de que era esse o meu caminho. Então, busquei especializações com os melhores profissionais do Brasil, em São Paulo. Meu primeiro cliente surgiu quando uma amiga se casou e me convidou para ser a cerimonialista, abrindo as portas para pequenos eventos. Com dedicação, comecei a ganhar destaque e construir meu espaço. A pandemia interrompeu nossos planos, levando-me a refletir se deveria desistir ou persistir. Optei por continuar, buscando cursos, destacando-me nas redes sociais e participando de eventos em São Paulo para expandir minha rede de contatos.
Qual o sentimento em ver que o evento saiu como planejado?
É inspirador ver como todo o esforço tem sido recompensador, especialmente ao receber o carinho e reconhecimento pelo trabalho bem feito. Meus finais de semana são dedicados aos eventos, enquanto durante a semana realizo assessorias que variam desde uma organização completa até parcial, adaptando-me às necessidades dos clientes. Esse trabalho requer um grande investimento de tempo e exige um parceiro que compreenda a minha profissão. Sou profundamente grata ao meu marido Claudio por seu constante apoio em minha carreira, assim como à minha família, que está sempre presente, acreditando em mim e me incentivando. Apesar de tudo que já conquistei, sei que ainda tenho muito a alcançar. Acredito na constante melhoria pessoal, pois o mercado é extremamente competitivo. A minha função e da equipe envolvem a resolução de problemas, a administração e delegação de funções, assessorando o cliente e transmitindo-lhe a tranquilidade que tanto deseja. Oferecer experiências positivas é essencial para diferenciar-me dos demais e proporcionar o melhor serviço possível durante a organização, focando em construir relacionamentos sólidos e duradouros.
Como foi perder sua mãe tão prematuramente?
A perda da pessoa mais importante, minha mãe, foi uma dor avassaladora – algo que nunca imaginei ter que enfrentar. É surpreendente como, ao perder alguém, a sensação é de que a vida não pode seguir adiante. Aprendi, contudo, que nossa dependência não deve estar em coisas ou pessoas, mas sim em Deus, que me ensinou essa lição crucial. Em meio a esse momento difícil, entrei em uma fase depressiva, mas em vez de me deter, mergulhei ainda mais no trabalho, utilizando-o como uma distração para ocupar minha mente e não alimentar o sofrimento. Apenas um mês após o falecimento de minha mãe, o escritório em Andradina já estava pronto. Decidi inaugurar, como forma de honrar o legado de força e resiliência que ela sempre me ensinou. Perder minha base, minha mãe, e cuidar de meu pai que enfrenta o Alzheimer foi um grande desafio. Lidar com a dor enquanto cumpro minhas responsabilidades exige uma grande dose de equilíbrio emocional, o que me aproximou ainda mais de minha irmã.
