Outubro Rosa em Mirandópolis: mulheres que transformam luta em esperança na conscientização do câncer de mama

Outubro Rosa em Mirandópolis: mulheres que transformam luta em esperança na conscientização do câncer de mama

Fotos: Arquivo Pessoal / Montagem AGORA NA REGIÃo

O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a prevenção do câncer de mama, criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure.  Em Mirandópolis, existem milhares de mulheres que venceram o câncer e hoje celebram a cura, unindo-se para ajudar outras mulheres a serem fortes e a enfrentarem essa situação com coragem e determinação, lutando por suas vidas. Acompanhe através dos depoimentos de algumas mulheres que descobriram o C.A., lutaram e conquistaram a cura. 

Vanessa Delai

No dia 14 de setembro 2023, descobria um carcinoma maligno na minha mama direita. Quanto medo, questionamentos e ao mesmo tempo coragem, tomaram conta da minha vida a partir desse diagnóstico. Eu não tinha outra opção, se não aceitar e lutar por mim e por todos que amo: filho, marido, mãe, familiares e todos do Ser Criança. Apenas fui tentando viver o hoje, sem pensar muito no restante e no que estava por vir. Fui obrigada, da forma mais dolorosa que existe, a olhar verdadeiramente para dentro de mim e viver a solitude, fortalecer minha espiritualidade e minha conexão com Deus e com meu Eu sagrado. Um período de resiliência, de reflexão, de um Novo Olhar para tudo e de respeito profundo com o meu sentir. Um ano depois, estou terminando mais um ciclo que são as radioterapias, prestes a iniciar acompanhamento do período de remissão e sinto que embora tenha muito a aprender e evoluir, porque penso que estamos aqui justamente para nos tornar pessoas melhores e que nada em nossa vida acontece por acaso, tudo tem um propósito. Saio desse período doloroso, uma mulher mais forte! Gratidão a Deus por poupar a minha vida e por me ensinar tanto. A todos que rezaram, continuem em oração que a batalha continua! Gratidão a Deus, a vida e a todos vocês!

Erika Zorzi Valle

Em exames de rotina em 2023 foi constatado um mioma em um dos meus ovários e após exames de imagem mais detalhados foi constatado características de neoplasia. No dia 11 de outubro de 2023 passei por uma histerectomia total e após o resultado da biopsia foi constatado ser maligno. Meu processo cirúrgico foi muito bem sucedido, mas o meu cirurgião solicitou encaminhamento para a Oncologia. Em dezembro, foi minha primeira consulta no Hospital do Amor, unidade de Jales, e a médica me informou que teria que passar por quimioterapia e me explicou como seria meu tratamento. Foram algumas sessões da quimio “vermelha”, onde ficava seis horas recebendo a medicação. Passei por todo o processo de cair cabelo, ficar careca, sentir as dores da melhor forma possível. Agora você que está lendo deve pensar, como assim? Da melhor forma? E te respondo, com minha fé, que desde o primeiro resultado foi meu pedido a Deus “aumenta e sustenta minha fé ” e assim foi feito. Tive a minha família sempre zelosa, que cuidava, mimava, sempre amorosa. Meus amigos que deixavam meus dias mais leves e repletos de carinho. E não menos importante, eu tive o meu amor ao meu lado que desde o primeiro dia pegou na minha mão e não soltou. Eu sinto verdadeiramente que meu tratamento foi um verdadeiro milagre. Depois de tudo, hoje a minha missão é fazer as mulheres se conscientizarem a fazer os exames de rotina, olhar mais para si mesma, perceber dores agudas inesperadas, mas persistentes. Quanto mais cedo você ser diagnosticada, mas rápido será seu tratamento. Cuide da pessoa mais importante desse mundo: você.

Gabriela Munhoz

O maior desafio enfrentado durante o período da descoberta até a cirurgia, foi enfrentar as minhas feridas emocionais que estavam abertas. Eu precisei ser paralisada para enxergar que eu precisava de socorro, não só físico, mas emocional. Então eu costumo dizer que o “câncer” trouxe vida, onde havia morte em mim. Foi a oportunidade que eu conheci Jesus e ele mudou completamente a minha história. Se o câncer não tivesse aparecido, eu já teria morrido em outras circunstâncias porque eu não tinha prazer em estar viva, eu simplesmente existia. O câncer foi um divisor de águas e a oportunidade de eu entregar a minha vida à Jesus e dele preencher todas as feridas abertas que ainda existiam em mim (Salmos 23:1). O câncer me trouxe três presentes: conhecer Jesus e Ele se tornar o Pastor da minha vida; me reconectar comigo mesma e ter gozo pelas promessas de Deus sobre a minha vida; e honrar os princípios de estar e amar a família que Deus me deu.  A minha cicatriz que vai de orelha a orelha, representa o meu milagre, mas principalmente a marca de onde Jesus me resgatou.

Caroline Almeida

Mesmo sendo nova e não havendo casos na família, eu já possuía o hábito de realizar o autoexame de mama. Em uma dessas vezes, senti um nódulo na mama, mas nunca imaginei que seria algo mais sério. Diante da situação, achei melhor procurar um ginecologista, para iniciar as consultas e exames médicos.  Fiquei por vários meses entre as consultas e os exames, porém não tive um diagnóstico preocupante. Todavia, o nódulo cresceu durante esse período, então fui me preocupando mais com a situação. Em seguida, tive um quadro de inflamação na mama, e foi exatamente isso que levou o médico a solicitar a repetição dos exames. Com os novos exames, apesar de estar com somente 31 anos de idade na época, o médico constatou que se tratava de um câncer de mama metastático. Passei por várias sessões de quimioterapia, procedimentos cirúrgicos, sessões de radioterapia e pela utilização de quimioterapia via oral, até que os exames confirmassem que não havia mais vestígios do câncer. No entanto, vale mencionar que o meu acompanhamento médico, os exames e os cuidados com a saúde são constantes, tendo em vista possibilitarem qualquer diagnóstico precoce, bem como contribuírem para maiores chances de recuperação. Acredito que as minhas escolhas foram fundamentais, diante de todas as mudanças repentinas e dolorosas. Eu escolhi passar por esse processo com o meu “quarteto fantástico”, formado pela minha fé, força, coragem e alegria. Não existe fórmula mágica para passar por um tratamento contra o câncer, mas existe a possibilidade de escolher passar por ele de um modo positivo, que favoreça no desempenho de cada procedimento prescrito pelos médicos e, principalmente, em nossas emoções. Acredito que o protocolo de tratamento médico utilizado e o bom estado emocional do paciente devem ter a mesma prioridade; ambos são indispensáveis a partir do diagnóstico. Ter fé em Deus e na minha cura foi a base para atravessar essa fase, afinal, como posso enfrentar uma doença se não acredito que podemos vencê-la? Mesmo nos momentos mais complexos, sempre tive convicção de que havia um propósito maior para tudo isso. Antes de ver acontecer, eu já acreditava que era possível – e continuo acreditando. Sempre que tiver a oportunidade, na conscientização sobre o câncer de mama, para um olhar de urgência ao autoexame e na busca pela efetivação dos direitos das pacientes oncológicas, não somente no Outubro Rosa, mas em todos os outros meses do ano.


                       
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