CCZ realiza ações de combate à leishmaniose, após registrar três novos casos positivos em moradores de Mirandópolis
Em estado de alerta contra a leishmaniose, Mirandópolis se mobiliza para conter o avanço da doença, que nos últimos anos (2019 a 2021) acometeu sete moradores, tendo um dos casos evoluído para óbito. Somente esse ano, três casos positivos já foram confirmados.
Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), entre os casos confirmados em humanos, quatro foram registrados no bairro Santa Rosa, um no bairro Nossa Senhora de Fátima, um no bairro São Lourenço e um no bairro Sampaio. Já nos casos em cães, a veterinária responsável, Letícia dos Santos Lopes, conta que não foi possível realizar um inquérito epidemiológico em toda cidade. “As investigações foram feitas somente nos locais onde houve diagnóstico de casos em humanos, sendo assim no último ano, registramos pela rede pública mais de 400 cães infectados nessas áreas”, informa a veterinária.
Ainda de acordo com CCZ, neste mesmo período no ano de 2020 não houve nenhum caso de leishmaniose registrado em humanos, já em animais, foram detectados pela rede pública aproximadamente 200 casos positivos. Dos casos registrados em cães, alguns evoluíram para óbito e muitos tiveram que ser submetidos ao procedimento de eutanásia.
A veterinária explica que a forma mais comum de transmissão da Leishmaniose é através da picada do mosquito, popularmente conhecido como Mosquito Palha, mas que existem também outras formas de transmissão: venérea, transplacentária e transfusão sanguínea. “O animal infectado não é capaz de contaminar o dono através de contato, ele servirá apenas de reservatório da doença, sendo assim a transmissão somente acontecerá através do vetor, no caso o Mosquito Palha”, alerta a profissional.
Letícia alerta que, em regiões onde há registros de grande incidência de casos em animais e humanos, e confirmada a presença do vetor, há chances maiores de contaminação. Sendo assim, é recomendado que a pessoa procure atendimento médico caso apresente sinais clínicos compatíveis com os da doença. “Os sinais clínicos da doença possuem semelhanças quanto a manifestação em humanos e animais, porém são muito inespecíficos em ambas as espécies, podendo ser confundidos com outras doenças. Em humanos irá provocar febre, aumento do baço e fígado, falta de apetite, emagrecimento e anemia. Nos cães podemos observar: crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, falta de apetite, aumento do baço, fígado e linfonodos, descamação da pele, queda de pelo, feridas na ponta das orelhas, focinho e ao redor dos olhos, entre outros. Lembrando que os animais podem apresentar um ou mais sinais clínicos, dependendo da situação imunológica”, alerta.
Caso teste positivo para a doença, o munícipe deve seguir estritamente as orientações dos profissionais de saúde para o tratamento da doença, assim como, caso o animal esteja infectado é imprescindível consultar o Médico Veterinário para adotar a melhor conduta em relação ao caso.
“Além dos cuidados com o paciente infectado, é importante cuidar do ambiente domiciliar e peridomicílio, mantendo quintais e terrenos sempre limpos e higienizados, livres de matéria orgânica (galhos, frutas, fezes, alimentos, etc). Assim como usufruir do uso de repelentes, telas em janelas e portas para evitar o contato com o mosquito”, orienta a veterinária.
Sobre as formas de tratamento em casos de contaminação, a profissional informa que atualmente a doença pode ser tratada através de medicações aprovadas pelo Ministério da Saúde que oferecem a cura clínica da Leishmaniose, promovendo melhora dos sintomas em cães e nos humanos.
“O tratamento da doença em humanos é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente, com uso de medicamentos controlados pelo Ministério da Saúde. Já o tratamento em cães é de responsabilidade do tutor, que deverá procurar uma Clínica Veterinária particular para realizar o acompanhamento deste animal por longo período, visto que o tratamento em cães oferece a cura clínica da doença, diminuindo a carga parasitária do organismo e não erradicando”, completa Letícia.
MOBILIZAÇÃO CONTRA A DOENÇA
“Como tentativa de amenizar a situação, o Centro de Controle de Zoonoses atua realizando o Teste Rápido gratuito para diagnóstico de Leishmaniose Visceral; assim como também realiza a aplicação de inseticida somente nas áreas onde foram registrados os casos em humanos. A prefeitura faz a divulgação por meio das mídias sociais, na tentativa de conscientizar a população nos cuidados com os animais e o ambiente”, informa o CCZ.
Todos os agendamentos para a aplicação do inseticida devem ser feitos exclusivamente pelo Centro de Controle de Zoonoses, sendo permitida apenas a aplicação em áreas que abrangem o raio de 200m² de onde foram registrados casos confirmados de Leishmaniose Visceral em humanos.
Caso o morador tenha recusado inicialmente a aplicação do inseticida e queira solicitar novamente a aplicação, basta entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses através do telefone (18) 3701-1855.