A favor de quem?
Dia desses estava eu num ambiente bastante dessacralizado, e acho que os cristãos ali presentes, se fossem realmente gente de fé, estavam provavelmente sentindo-se um pouco deslocados. É que ali parecia reinar aquela estranha atmosfera atual repleta de modismos, inovações meio fúteis e aceitação de tendências e idéias pseudo-inteligentes e mesmo imorais. Não parecia haver ali pessoas más, e sim aderentes a essas mudanças todas que vivenciamos hoje; e como muitas delas se sentem na vanguarda da instauração da mais perfeita sociedade, acabam sendo mais esquisitas do que aquelas que realmente planejaram tais mudanças – pois essas últimas disseminaram a propaganda, enquanto as outras, como inocentes úteis, consumiram o produto.
Enquanto ali estava, fiquei pensando: e se eu fosse interpelado a defender a minha fé, o que faria? Pensei: bom, num ambiente pautado pela chamada ‘diversidade’, talvez fosse tachado simplesmente como mais um com sua fé dentre tantas outras e com meus posicionamentos aceitos mais ou menos com aquele desinteresse com que os gregos acolheram a pregação de São Paulo no areópago de Atenas (cf. Atos dos Apóstolos, cap. 17).
Portanto, se eu tivesse que advogar em meu favor, talvez fosse desse modo inserido – ou permitido –, e permanecendo naquele ambiente, pudesse até me sentir aceito e reconfortado. Mas e se tivesse que advogar em favor do próprio Cristo, teria eu a audácia suficiente? Porque uma coisa é dizer-se cristão e defender os próprios posicionamentos, outra é defender o próprio Deus e seu direitos, tão contestados e odiados. E então me lembrei daquela passagem em que Jesus diz: “Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Evangelho de São Mateus, cap. 10, v. 33).
Neste fim de semana celebramos os Apóstolos São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja; Pedro negou Jesus como lhe havia sido predito e Paulo perseguia os cristãos antes da conversão, mas ao final de suas vidas derramaram seu próprio sangue para defender não a si mesmos, mas a fé recebida do Senhor e a própria Pessoa d’Ele. Que assim como eles, nós permaneçamos firmes e advoguemos em favor da honra e do Nome preciosíssimo de Nosso Senhor!
Apóstolos São Pedro e São Paulo, intercedei por nós!