Editorial: O desgaste da política nas campanhas

Editorial: O desgaste da política nas campanhas

Foto: Arquivo AGORA NA REGIÃO

Em um período em que a política deveria ser um espaço de diálogo e construção de soluções coletivas, somos constantemente bombardeados por campanhas que desvirtuam esse propósito. Os ataques pessoais e a disseminação de mentiras tornaram-se elementos comuns nas disputas eleitorais, e o resultado é um cansaço generalizado e um afastamento da população em relação à política.

Estas campanhas, frequentemente fundamentadas em desinformação, não apenas deslegitimam o debate político, mas também criam um ambiente tóxico que desencoraja a participação cidadã. O que deveria ser uma troca saudável de ideias se transforma em um campo de batalha onde o caráter dos candidatos é mais atacado do que suas propostas. Essa dinâmica gera um ciclo vicioso de desconfiança, fazendo com que muitos cidadãos se sintam desiludidos e desconectados da política.

A verdade é que a falta de civismo nas campanhas políticas não só prejudica os candidatos, mas também reflete diretamente na sociedade. O clima de hostilidade afasta os eleitores mais jovens, que buscam um sentido maior na participação política e enxergam nessas dinâmicas um motivo para permanecer à margem. Quando a política se transforma em um espetáculo onde a verdade é distorcida, as vozes que realmente importam são silenciadas.

Além disso, o desgaste gerado por essa retórica negativa alimenta o desencantamento com a política em geral. Aqueles que, por acaso, se sentem inclinados a se envolver acabam se perguntando: “Vale a pena?”. A resposta, para muitos, tem sido um retumbante “não”. E assim, assistimos a uma crescente apatia, onde a população se desinteressa por eventos políticos, debates eleitorais ou mesmo por seus direitos como cidadãos.

É imprescindível que a sociedade e os próprios candidatos resgatem a política como espaço de propostas construtivas e respeito. Precisamos de campanhas que priorizem a verdade, o diálogo e a empatia, que inspirem a participação e não o desânimo. A política pode e deve ser um lugar para a construção de um futuro melhor, mas, para isso, é necessário que todos nós façamos a nossa parte, cobrando e praticando uma mudança de postura.

Que possamos, então, reivindicar campanhas mais éticas e transparentes, onde as ideias prevaleçam sobre as ofensas. A política é uma ferramenta poderosa de transformação social, e passou da hora de resgatar seu verdadeiro valor.


                       
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