José Maria, voluntariado e corrida permeando seus caminhos de vida
Engraxate, barbeiro, bancário, professor, corredor e muitas outras atividades foram exercidas por José Maria de Carvalho nesses 82 anos de vida. Nasceu em Penápolis e sua chegada em Mirandópolis foi em 1959 para trabalhar no Banco do Brasil, onde participou da fundação. Lecionou na Escola Dona Noêmia Dias Perotti (CENE), participou da fundação da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) e da Associação dos Produtores Hortifruti Granjeiro em Mirandópolis. É voluntário como barbeiro do Asilo e somente aos 45 anos descobriu sua paixão pela corrida. Casado com Isabel Leal de Carvalho há 57 anos, teve duas filhas e uma neta. Confira o bate papo que tivemos com Zé Maria sobre sua trajetória de vida.
Como foi sua infância e adolescência até chegar em Mirandópolis?
Nasci em Penápolis em uma casa com outros três irmãos. Devido as dificuldades logo cedo precisei trabalhar, com isso já com nove e dez anos fui engraxate para ganhar uns trocados. Depois aos 11 anos comecei a aprender a cortar cabelo, trabalhava em Valparaíso, fiquei lá até 22 anos, quando fui chamado para trabalhar no Banco do Brasil em Mirandópolis.
Quando chegou aqui?
No dia da fundação do Banco do Brasil, no dia 31 de outubro de 1959, onde fiquei por quase 30 anos até me aposentar. Hoje continuo cortando cabelo e fazendo barba na Escola de Cabeleireiro Studio Nantes, junto com a proprietária Aparecida Nantes (embaixo da antiga Jacarandá).
O senhor também foi professor?
Estudei técnico em Contabilidade, fiz magistério e formei no curso superior de Geografia. Lecionei por cerca de seis anos, tanto no Cene como em Murutinga do Sul, mas era na época que trabalhava no banco e com isso precisei parar.
Religião e trabalho voluntário sempre fizeram parte da sua vida?
Sim, formei três grupos de reflexão, fui testemunha qualificada autorizada pelo Bispo da Diocese de Lins por oito anos, coordenador das festividades da Paroquia São João Batista e sou membro participante do Terço dos Homens. Além disso, sou barbeiro voluntário na Amai (Associação Mirandopolense de Assistência aos Idosos) há 30 anos e participo da Ciranda organizada pela professora Kimie. Essas ações fazem revigorar e ter disposição para viver.
Como surgiu a corrida?
Foi por acaso aos 45 anos porque apareceu uma corrida em São José dos Campos e o pessoal do banco me incentivou a participar. Lembro que na competição fiquei para trás, um monte de pessoas mais velhas me deixou comendo poeira. Nesse dia coloquei como desafio melhorar e depois nunca mais parei. Com 82 anos continuo participando de corridas de 5, 6, 7 e 9 quilômetros, tenho média de 38 minutos e participo de competições no estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Por isso criou a Caminhada Rural?
Este ano realizamos a 12ª Caminhada Rural, é um encontro de amigos que realizamos uma vez por ano onde percorremos 12 km com paradas para comer, fazer brincadeiras e se divertir. Conto com o apoio da Prefeitura, do comércio e de alguns amigos que fazem o evento acontecer.