De office boy a prefeito, conheça a história de Clovis Izidio de Almeida

De office boy a prefeito, conheça a história de Clovis Izidio de Almeida

Cresceu trabalhando na roça até que aos 18 anos teve a oportunidade de sair de Lavínia para atuar no Bradesco, em São Paulo. O medo era grande, mas Clovis Izidio de Almeida enfrentou o desafio e partiu rumo a capital. Hoje é prefeito de Lavínia, mas para conseguir tal feito precisou batalhar como Contínuo (office boy), programador de software e gerente geral. Voltou para sua terra natal em 2007 quando investiu em um caminhão e depois partiu para o comércio. Com graduação em administração de empresa, Clovis, que nasceu em 1961, casado, com três filhos e dois netos, iniciou sua vida política como prefeito em 2017. Confira abaixo a entrevista completa.

Nasceu e cresceu em Lavínia?
Brinco que não nasci em Lavínia porque a parteira não chegou a tempo em casa, por isso minha mãe precisou correr pro hospital em Mirandópolis, mas só por isso. Cresci em uma casa com sete irmãos, com um pai pernambucano que veio do Nordeste e passou por cidades do interior de São Paulo como Bento de Abreu, Valparaíso até chegar em Lavínia. Comecei a trabalhar na roça com 11 anos na fazenda do Yamashita, uma família que tenho muito respeito e gratidão porque acolheu a gente como da família.

Ficou trabalhando lá até quando?
Até os 18 anos. É que fiz técnico de contabilidade e consegui entrar no Bradesco como Contínuo (o que seria um office boy) em 1980. Na ocasião eles estavam recrutando pessoas do interior para trabalhar em São Paulo, na unidade da Praça da Sé. Naquele tempo sofri porque tinha vergonha até de atender telefone, mas busquei essa oportunidade e fiquei seis anos no banco. Sempre digo que esse emprego foi uma escola que me despontou para conseguir novas oportunidades e traçar novos desafios.

E depois do banco?
Depois do Bradesco fui por incentivo do meu irmão fazer um curso de programação, foi quando surgiu uma oportunidade com um amigo que montou uma fábrica de software e com isso fui ser programador. Fiquei dez anos, de 1986 até 1996. Depois saí de lá e fui trabalhar em um cliente que tínhamos na área da indústria. Fui atuar como responsável da área de informática da empresa, isso me deu uma visão geral de negócio. Depois ainda fui gerente de logística e atuei com gerente administrativo de vendas. Fiquei lá até 2003 mais ou menos, quando decidi sair de São Paulo.

Como foi a volta?
Em 2003 acabei indo pra Itapetinga para trabalhar em uma fábrica de material escolar. Recebi uma proposta excelente para ser o gerente geral e fui enfrentar esse desafio. Além disso, precisava morar em uma cidade com melhor qualidade de vida. Fiquei cerca de quatro anos por lá até voltar de vez para Lavínia.

Voltou para trabalhar?
Inicialmente queria montar um comércio, em Mirandópolis ou Andradina, mas não deu certo e daí surgiu a possibilidade de investir em uma carreta. Foi um grande investimento que não foi um bom negócio, daí como precisava me virar comprei o Bar do Cido, em 2009. Ele fez um negócio que considero de pai pra filho, algo sensacional, por isso decidi acreditar nessa oportunidade. Fizemos uma reforma no local e foi um período que trabalhei muito, graças a Deus, de domingo a domingo. Depois surgiu a oportunidade de comprar o mercado, em 2011, e daí as coisas foram dando certo no comércio.

E a política na sua vida?
Recebi vários convites depois de 2010, mas sempre falava que nunca iria entrar na política porque achava que não tinha perfil. Em 2012, a minha concunhada me procurou para apresentar o deputado Reinaldo Alguz. Me identifiquei porque ele trabalhava sem promessa e sem gastos exorbitantes em campanha. Esse era o caminho que achava ideal na política. Em 2014, trabalhei na campanha dele e do Evandro Gussi, daí no outro ano comecei a trabalhar diretamente como assessor do Reinaldo, com isso estruturamos o Partido Verde em Lavínia e passei a dividir meu tempo entre mercado e assessoria política. Isso me encorajou para disputar a eleição de prefeito em 2016, queria fazer uma campanha barata e sem atacar adversário. Ressalto que não faço politicagem, mas sim política, que é sinônimo de amor, que é abrir mão de algo próprio para fazer algo para a sociedade.

O que faz valer a pena?
Servir a população em ações como o programa Amigo do Prefeito, da Abrinq. Temos também uma parceria com o Sebrae no projeto Jovem Empreendedor. Esse tipo de coisa só é possível fazer na política, isso me encanta.

Vai tentar reeleição?
Estamos estruturados na questão partidária, mas vai depender da população. Se eles quiserem que a gente continue, vamos tentar, mas sem vaidade.

Qual conselho daria para o jovem Clovis que foi pra São Paulo com 18 anos?
Daria dois conselhos. Um seria para ele fazer faculdade o mais cedo possível, com isso se aprofundar mais no estudo. E um outro conselho seria para ser mais ousado e não ter medo de enfrentar os desafios que a vida impõe.


                       
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