‘Cheguei aqui por obra do destino e hoje me considero mirandopolense’, comenta Paulo Pereira
Conversamos com Paulo Pereira Leite, o Paulo da Lupa, que é linense de nascimento, mas mirandopolense de coração. O empresário, que tem dois filhos e quatro netos, chegou em Mirandópolis por acaso, obra do destino, como ele mesmo intitula. Confira abaixo a entrevista completa que ele concedeu ao lado da sua esposa Silvia Xavier, braço direito nos negócios e na vida.
Nasceu e cresceu aonde?
Em Lins, em uma casa com outros cinco irmãos. Por lá estudei e até comecei a fazer um curso de contabilidade, mas não consegui terminar porque precisava trabalhar e não dava para conciliar na época. A minha mãe ainda está viva, mora em Jaú, já o meu pai faleceu.
Quando começou a trabalhar?
A minha primeira experiência foi aos 10 anos engraxando sapatos pelas ruas de Lins. Daí com 12 anos comecei a trabalhar em uma sapataria, comércio que consertava e engraxava. Aos 13 anos fui trabalhar em uma fábrica de sorvete, foi lá que tive o meu primeiro contato nesse mundo dos sorvetes. Era responsável por enrolar picolé, junto com outros meninos. Fiquei trabalhando lá até ir servir o exército.
E depois do exército?
Fiquei um ano servindo e depois que saí voltei para trabalhar na mesma sorveteria. Depois na sequência fui contratado para trabalhar em um mercado, foi onde conheci a minha esposa. Isso foi em 1982, mais ou menos, namoramos três meses e já casamos. Foi quando senti a necessidade de ter algo próprio e tinha em mente abrir um comércio, independentemente do que iria vender, queria ter algo nesse sentido, mas não tinha capital para abrir algo novo.
E Mirandópolis nessa história?
Então, coisas do destino. Um amigo me chamou para ver uma sorveteria em Andradina, foi quando estávamos lá conversando e um cara que estava tomando sorvete, que era o Nego Hidalgo, pediu licença porque estava ouvindo a minha história sobre a vontade de investir em um comércio. Ele falou de um bar que um cara queria arrendar em Mirandópolis. Considero ele um padrinho, realmente um anjo que estava na hora e no lugar certo para me direcionar para Mirandópolis.
Como foi sua chegada aqui?
Chegamos sem conhecer ninguém, na época vim falar com o proprietário do bar e fiz contrato por um ano (bar se chamava Copa 90). Depois ainda fiz um novo contrato de dois anos e ficamos tocando, eu e minha esposa. Lembro que a Paula era bem pequena e para acomodar ela precisava dormir em cima da mesa de bilhar, no começo foi complicado, mas conseguimos com o tempo nos ajeitar. Mas só tenho o que agradecer porque fomos bem recebidos pela população e tínhamos um bom movimento porque era rota do ônibus rural. O pessoal parava em frente e já entrava para trocar o vale comprando no bar.
E a Lupa Sorveteria?
O nome foi uma homenagem aos meus filhos Luis e Paula e surgiu na sequência do bar, pois sempre tive na cabeça montar a sorveteria, desde o tempo de menino. Na Lupa sempre buscamos qualidade, todos os anos faço curso e fico atento as novidades. Depois da primeira unidade abrimos em Lavínia, onde trabalhamos um ano e passamos o ponto. Na sequência abrimos no centro, ao lado da praça central, por volta de 2001. E abrimos uma terceira unidade, a Sorveteria Lupa Mais, porque precisava de um espaço maior para aumentar o maquinário, daí surgiu esse prédio (rua 9 de Julho, 650) e já montei fabrica e sorveteria.
Tem um empreendimento com salão de festas?
Temos um espaço interessante para realização de festas (vicinal Neif Mustafa, em frente ao AABB). Já fizemos vário casamentos porque é um espaço aberto, com muito verde, pessoal gosta do local. Infelizmente nos últimos meses cancelamos as festas por conta da pandemia que estamos vivendo, mas tenho fé que isso tudo vai passar.
Como estão passando por esse momento?
Sentimos uma queda nas vendas, mas não posso reclamar porque podemos atuar com entrega. Entre março até julho é um bom período para a sorveteria, então podemos dizer que de certa forma estamos suportando bem.
Qual o sentimento por Mirandópolis?
Fui abraçado pelos mirandopolenses e digo que encontrei aqui o que a minha cidade natal não pode proporcionar. Criei dois filhos em Mirandópolis e agora eles estão criando os meus netos. Quando alguém me pergunta onde nasci, digo que sou mirandopolense, pois foi aqui que formei minha família e conquistei os amigos.