Clementina: Silagem para pecuária leiteira é tema de curso do SIRAN
“Quando falta pasto no período de seca o produtor de leite tem que estar preparado para suprir a necessidade nutricional do gado. É aí que entra a silagem.” A explicação é do zootecnista Ademir Pereira Martins Júnior, que é instrutor do curso Bovinocultura de Leite – Produção de Silagem, promovido pelo SIRAN (Sindicato Rural da Alta Noroeste), em parceria com o Sebrae ER Araçatuba (Escritório Regional) e o Senar-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
Gratuita, a ação foi realizada em Clementina (SP) e reuniu 12 produtores rurais, que, em 16 horas/aula divididas igualmente em dois dias, aprenderam a produzir silagem em saco com forragem de milho, sorgo e cana-de-açúcar. O objetivo é capacitar os participantes no armazenamento da silagem que vai suplementar a alimentação dos bovinos leiteiros de maneira correta e eficiente, visando produzir leite com qualidade.
Entre outras coisas, Martins Júnior ensinou os integrantes a dimensionar a área de plantio de acordo com a quantidade de animais, assim como o período que eles precisam cuidar do gado com o produto armazenado, e o uso de aditivos para a fermentação das forragens visando a redução de perdas com fungos. “São muitos detalhes que precisam ser levados em conta, como o tamanho da partícula armazenada, que deve variar entre 0,5 e 1,5 centímetro, a umidade do material, que deve estar 60% a 70%, e a adição de inoculantes, ou seja, microrganismos, específicos no caso da cana-de-açúcar. Tudo isso a gente ensina no curso”, comenta o instrutor.
GARGALO E SOLUÇÃO
A silagem é uma prática para armazenamento da forragem. Esse processo garante que a perda nutricional da forragem seja pequena e permite com que o alimento seja armazenado por um longo período, graças à uma fermentação controlada durante o processo. Nem sempre o pasto está em condições de alimentar todo o gado da fazenda, e a nutrição adequada é um dos pontos mais importantes para produção pecuária, seja leiteira ou de corte.
De acordo com Martins Júnior, a alimentação na estiagem é um dos gargalos da produção leiteira. “A baixa qualidade da pastagem por causa da falta de chuva atinge diretamente o gado, que diminui a produção ou até mesmo deixa de produzir o leite. E é preciso pensar nisso agora, antes do período de estiagem e agir de forma planejada. Por isso, a silagem que ensinamos, que é de baixo custo, é extremamente importante, principalmente para o pequeno produtor”, afirma o instrutor.
Por causa da pandemia de Covid-19, foram seguidas as orientações das autoridades de saúde, com o uso de máscaras, álcool em gel à disposição, materiais de estudo desinfetados, e distanciamento. Os participantes receberam gratuitamente material didático e certificado de conclusão.