‘Espero formar uma nova geração de atletas de beisebol em Mirandópolis’, acredita o treinador Ariel Ortega

‘Espero formar uma nova geração de atletas de beisebol em Mirandópolis’, acredita o treinador Ariel Ortega

Conversamos com Ariel Ortega, 45 anos, treinador do time de beisebol de Mirandópolis. Em 2006, o cubano chegou em Guarulhos para trabalhar no esporte já que a situação econômica de se país (Cuba) não oferecia oportunidade de crescer profissionalmente. Trabalhando em Mirandópolis desde 2019, sua expectativa é expandir o beisebol no município criando novas categorias. Confira abaixo a entrevista completa.

Quando começou a jogar beisebol?

Comecei a treinar com seis anos de idade, em Cuba. Lá é diferente a questão da mentalidade esportiva da modalidade. No Brasil é futebol, lá o governo investe bastante no esporte de uma forma geral, sendo que o beisebol se destaca nacionalmente.

Treinou vários anos?

Sim, lembro que fiz uma seletiva com diversos garotos, conhecida como peneira aqui no Brasil, para entrar em uma escola. Fiquei vários anos lá, foram anos importantes para desenvolver a minha técnica. Fiquei lá até ir para o serviço militar, depois entrei na faculdade, fiz o curso de Cultura Física. Na sequência comecei a trabalhar como professor de educação física e depois de beisebol.

Quando chegou ao Brasil?

Em 2006, vim para trabalhar como técnico de um time de beisebol em Guarulhos. O time era algo bem semelhante com o time de Mirandópolis, onde a colônia japonesa dava todo incentivo. Era um clube bem competitivo e completo, tinha várias modalidades e disputava campeonato paulista e brasileiro. Nesse período surgiu a oportunidade de treinar a categoria infantil da Seleção Brasileira, em 2010. Participamos de um Panamericano, na Colômbia, foi uma experiência muito importante na minha vida. No total fiquei seis anos nesse time de Guarulhos, depois fui para Ibiúna, onde trabalhei mais seis anos, sendo que em 2019 decidi vir para o interior de São Paulo.

Você é casado com uma mirandopolense?

Conheci minha esposa, a Fernanda, por causa do beisebol. Ela jogava e nos conhecemos, foi por isso que conheci Mirandópolis, por volta de 2010, quando namorávamos. Mas naquela época vinha para visitar a família dela, nada vinculado ao esporte. Só comecei a trabalhar com beisebol em Mirandópolis em 2019, quando decidimos vir morar aqui, então estou indo para o terceiro ano.

Como analisa o beisebol no Brasil?

Infelizmente não tem muito apoio da sociedade, nas escolas, por exemplo. Claro que o nível de jogadores não é tão alto como Cuba, mas no país tem muito talento que falta lapidar. O problema é que falta incentivo para que as crianças pratiquem o esporte, com isso a parte técnica dos jogadores acabam não se destacando como em outros países.

Quais categorias temos na cidade?

Temos infantil (11 e 12 anos), pré-junior (13 e 14 anos) e adulto, assim como o softbol (do inglês softball). Esse ano queremos formar uma turma a partir dos seis anos, será um passo importante para massificar o esporte no município.

Quais dias acontecem os treinos?

Segunda, terça, quinta e sexta, quem tiver interesse é só me procurar aqui no campo de beisebol. Explico certinho como funciona, oferecemos luva e taco, pois sabemos que é um custo que alguns atletas não podem suprir, então oferecemos esses materiais para incentivar ainda mais. Vale ressaltar que tudo acontece por causa do suporte do Nipo, é importante agradecer a todos eles que sempre nos apoiam.

O beisebol perdeu a força na região?

Realmente a região Noroeste Paulista era muito forte no esporte. Destacava Pereira Barreto, Araçatuba, Birigui, Lins e Mirandópolis. Agora, infelizmente, sobrou Mirandópolis e Guararapes. No interior se destaca ainda Marília e Presidente Prudente, depois já vai para o Paraná, cidades como Maringá, Londrina e Curitiba.

Como as pessoas podem ajudar?

Uma forma é colaborando com os eventos beneficentes do Nipo. No dia 6 de março teremos o Yakisoba do beisebol. Os interessados podem comprar antecipadamente na Lotérica Trevo da Sorte, Floricultura Broto Verde ou Dental Kanda, depois é só retirar no Nipo, das 18 às 20h, no dia 6. Esperamos formar uma nova geração de atletas, queremos expandir cada dia mais o beisebol em Mirandópolis.

Aiel e Teidi

                       
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