‘Sou apaixonado pelo comércio, minha paixão sempre foi vender’, lembra Marcos Franco

‘Sou apaixonado pelo comércio, minha paixão sempre foi vender’, lembra Marcos Franco

Conversamos com Marcos Roberto Franco, mirandopolense que aos 8 anos começou a trabalhar vendendo frutas e verduras. Aos 13 anos iniciou sua jornada na Sapataria Ideal, local que ficou por 16 anos e considera sua “grande escola” como comerciante. Confira abaixo a entrevista completa.

Nasceu aonde?

Em Mirandópolis, em 1961, somos em 9 filhos, sou o caçula, sendo cinco homens e quatro mulheres, que graças a Deus estão todos vivos. Minha mãe se chama Dinorá de Souza Franco, que está com 99 anos. O meu pai infelizmente faleceu quando eu tinha um ano.

Como foi sua infância?

Olhando o passado, hoje vejo que tive uma infância fácil. Com 7 anos fui para a escola e já entendi que não teria sucesso na carreira acadêmica (risos). Foram alguns anos indo porque minha mãe e irmãos me intimavam, mas eu sabia desde pequeno que meu negócio era trabalhar. Lembro que parei de estudar no dia que meus irmãos foram para São Paulo, no outro dia não fui mais, porque não tinha ninguém para dedurar para minha mãe (risos).

Passou a trabalhar?

Comecei a vender verduras e frutas com 8 anos, passava pelo comércio vendendo, fazia de tudo um pouco para conseguir um trocado. Se não achasse o que vender no sítio comprava de alguém para revender. Com 12 anos vim trabalhar com o Joaquim, da Tipografia. Lá entregava jornal, foram uns 7 meses, até que comecei a trabalhar no Supermercado Estrela, do Agostinho Franco. Depois de um ano, mais ou menos, entrei na Sapataria Ideal, do Paulo Pereira. Fiquei 16 anos, saí aos 30 anos.

Foi uma passagem marcante?

Lá foi a minha grande escola, comecei como faxineiro e limpando calçados. Depois de um ano comecei a trabalhar na cobrança, mas já ficava na assistência como vendedor. Com 17 anos o Paulo me colocou como vendedor, daí me destaquei. Depois de dois anos já me transformou em gerente pelos resultados apresentados. Gostei do negócio, sempre fui apaixonado pelo comércio. Nesse meio tempo casei, quando tinha 22 anos. Tive uma primeira filha (Juliana) que perdi quando ela tinha um pouco mais de um ano. Depois vieram Carolina, Junior e Roberto, tudo na sequência.

Quando montou seu negócio?

Incialmente era do lado do Riuity, a loja era em sociedade com meu irmão (José). Ficamos quatro anos naquele local, daí mudamos para esse prédio que estamos até hoje. Alguns anos depois que mudamos comprei a parte do meu irmão e toquei o negócio com ajuda da minha esposa e meus filhos, até eles irem para a faculdade. Gosto do que eu faço, então digo que fazer o que ama não traz aquela obrigação de trabalho e estresse, é uma jornada diária muito tranquila.

Quais os impactos da pandemia?

Posso dizer que estamos sem faturamento há mais de um ano, o que entra não dá para pagar todas as contas. No começo pensei que seria passageiro, então digo que esse período está servindo para darmos valor na vida, no ser humano e na questão de dar atenção para a família. O medo me fez pensar mais na vida, pois perdemos amigos e isso pode afetar a gente diretamente em qualquer momento, infelizmente. Mas posso dizer que sou abençoado de estar com o negócio consolidado, se fosse outra época já tinha fechado.

Qual mensagem deixa para os leitores?

Quando comecei muita gente me questionava porque estava investindo aqui. A nossa cidade já acolheu tanta gente de fora, porque não iria acolher um filho de Mirandópolis. Sempre digo que estamos em uma cidade hospitaleira, com uma população educada e trabalhadora. Aproveito também para agradecer, apesar de não estar vivo, o Paulo Pereira que me deu uma oportunidade aos 13 anos para trabalhar na Sapataria Ideal. Além disso, um agradecimento especial a minha família e a população de uma forma geral que sempre prestigiou o nosso comercio.


                       
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