O pão nosso de cada dia nos dai hoje

O pão nosso de cada dia nos dai hoje

Foto: Reprodução Internet

Na fuga do Egito, já no deserto, distantes dos egípcios e após reclamarem de penúria, os hebreus receberam o maná. Conforme descrito no Livro do Êxodo, Deus diz a Moisés: “Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não” (cap. 16, v. 4). No verso 19, Moisés transmite a diretriz ao povo – “Ninguém reserve dele para a manhã seguinte” –, e o verso 20 relata a desobediência: “Alguns não o ouviram e guardaram dele até pela manhã; mas criou vermes e cheirou mal. Moisés irritou-se contra eles”.

Na oração do Pai-Nosso, Jesus nos ensina a pedir pelo pão de cada dia – não o de amanhã, nem uma sobra para acúmulo. O pão aqui indica o sustento, e embora, evidentemente, seja de bom senso manter uma reserva para eventualidades – como vemos na parábola das dez virgens (Evangelho de São Mateus, cap. 25, vv. 1-13), em que entraram na festa junto com o noivo somente as cinco previdentes, que tinham reserva de azeite para suas velas –, devemos evitar vivamente o acúmulo desordenado dos bens, o qual denota avareza. É importante sempre nos lembrarmos da expressa condenação da idolatria ao dinheiro, que Jesus faz no próprio cap. 6 do Evangelho de São Mateus, o mesmo em que Ele ensina a oração do Pai-Nosso.

Assim, caros irmãos, entreguemo-nos, antes de tudo, à providência divina, não evidentemente esperando tudo dos Céus, mas como nossos primeiros pais Adão e Eva, que expulsos do paraíso após a queda e tendo que lutar pela própria subsistência, não tiveram seu sustento negado por Deus: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto” (Livro do Gênesis, cap. 3, v. 19). Aceitemos as fadigas diárias como meio de santificação, clamemos a Deus forças para o trabalho e busquemos ajudar os que mais precisam, especialmente pais e mães de família em dificuldades. E que os frutos de nossos esforços jamais nos levem ao envaidecimento, à presunção ou à avareza, mas nos tragam alegria ao coração!


                       
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