Agora

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Foto: Arquidiocese de São Paulo

Lê-se o seguinte no grande livro do Pe. Lozenzo Scupoli (1530-1610) intitulado O combate espiritual: “luta sempre generosamente e considera que os que lutam confiando em Deus nunca perdem a batalha, ainda que às vezes sejam feridos, pois Deus não abandona os seus soldados” (p. 31). E segue no parágrafo seguinte: “Assim, parte logo para o combate, isso é o importante! Os remédios para as feridas não faltam, e são eficazes para os soldados de Deus, que com confiança recorrem a Ele; e, quando menos esperares, os inimigos estarão vencidos”.

Uma lida rápida do trecho pode insinuar que basta a confiança em Deus para se garantir a vitória. Não é assim; nesse trecho, do capítulo VI, o autor já ensinou em que consiste a perfeição cristã e advertiu acerca das armas para as batalhas da vida espiritual: a desconfiança de si mesmo, a confiança total em Deus, a oração e os exercícios da alma. Apesar da ressalva, as palavras são realmente muito motivadoras, ao menos pelos motivos que seguem, e devem servir de estímulo para nossa vida.

Primeiro, elas recordam que Deus não abandona seus “soldados” e que não faltam remédios para nossas feridas; depois, confirmam que tais remédios são eficazes; e por fim, encorajam à iniciativa imediata – “parte logo para o combate” – ao mesmo tempo em que tranqüilizam – “quando menos esperares, os inimigos estarão vencidos”. A quem tiver interesse, o livro citado era recomendado por ninguém menos que São Francisco de Sales (1567-1622), e sua leitura é altamente edificante. Além dele, recomenda-se também o livro Da paz interior ou O caminho do Paraíso, do mesmo autor Pe. Lorenzo Scupoli.

Na vida espiritual, precisamos disso tudo: desconfiar das próprias forças e confiar totalmente em Deus, pois é Ele a fonte de toda bondade; não deixar para amanhã a batalha que se deve travar hoje; aguardar com obediência e paciência o momento oportuno em que os inimigos são derrotados. Nosso Senhor já havia ensinado: “Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Evangelho de São Mateus, cap. 6, v. 34).

Que nenhum de nós descuide do que deve ser feito hoje, cedendo à procrastinação e à irresponsabilidade, e nem caia no imediatismo, ansiedade e presunção, comuns no mundo atual. E que neste fim de semana em que celebramos as colunas da Igreja, o bom Deus nos conceda tanto estabilidade e fortaleza quanto ímpeto e destemor – as primeiras simbolizadas em São Pedro, o primeiro papa, e as outras em São Paulo, o grande evangelizador.

Apóstolos São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

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