A intransigência da fé

A intransigência da fé

Foto: Conhecimento Científico

Ouvi de uma pessoa, que passou a infância numa cidade na região de Campinas, cujos pais e avós – ou dela ou do marido, não me lembro –, conheciam uma família cujo sobrenome era Mengele. Diziam que era um pessoal reservado e que não falava com ninguém. Seria o famoso Dr. Mengele, médico do regime nazista que terminou seus dias na América do Sul? Pode ser. Pode ter sido também um outro Mengele? Sabe-se lá…

Aquele pessoal, gente simples, não conhecia a história do famoso médico que atuou no campo de concentração de Auschwitz, e nunca relacionou uma coisa à outra; o que eles podiam afirmar é o que viam – aquela família, conhecida por aquele sobrenome e com aqueles traços de comportamento. Como disse a pessoa que me contou isso, aquele povo antigo não mente.

É exatamente isto que se aplica aos cristãos e seu testemunho. Por que, para darmos só um exemplo, deve-se acreditar – ou ao menos dar um crédito inicial – no texto de um biógrafo do Pe. José de Anchieta, que evangelizou o Brasil e levou uma vida repleta de prodígios e milagres? Justamente porque esse tipo de pessoa não costuma mentir: há neles o compromisso com a verdade, a repulsa aos falsos testemunhos e o temor da condenação eterna. A intransigência de um autêntico cristão com a verdade é o que dá crédito ao seu testemunho.

E o curioso disso é: a acusação, imputada aos cristãos, da intransigência de sua fé, é na verdade uma prova da veracidade de seu testemunho. A essa intransigência, a esse compromisso com a verdade e o bem, os detratores da Igreja Católica dão outros nomes – superstição, extremismo, radicalismo, ópio, fantasia, alucinação, loucura, invenção –, mas isso não importa, pois essa acusação só corrobora a veracidade do testemunho cristão. Ainda que tão-somente por medo do fogo eterno, só isto já seria suficiente para que um cristão (ao menos um cristão genuíno) não mentisse, e o fato de ele não mentir, não poder mentir, salvaguarda seu testemunho.

É por isso que a Igreja ensina que a fé está alicerçada no testemunho dos Apóstolos, e depois dos confessores, que são aquela multidão de santos e fiéis que, tendo acreditado e visto os sinais operados, professou a fé, mesmo a custo do martírio. Quando lemos o relato de um santo ou de algum escritor confiável, saibamos que ali há um compromisso com a verdade, ao contrário dos detratores da fé, que nos acusam daquilo que eles mesmos cometem.

Que Deus abençoe a todos nós e nos dê a coragem de professar nossa fé com convicção, firmeza e serenidade!


                       
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