‘Uma carreira apaixonante porque alia conhecimento jurídico com a parte policial’, conta Thiago Barroca, delegado em Mirandópolis

‘Uma carreira apaixonante porque alia conhecimento jurídico com a parte policial’, conta Thiago Barroca, delegado em Mirandópolis

Conversamos com Thiago Rodrigues Barroca, delegado de polícia de Mirandópolis desde 2017. Casado com Heloisa Giometti, ele tem uma filha de 1 ano e meio, sendo que Barroca tem um outro filho de 15 anos que mora com a mãe, em Presidente Venceslau, sua terra natal. Confira abaixo a entrevista completa.

Onde foi sua Infância e juventude?

Nasci em 1984, em Presidente Venceslau. Cresci com meus pais e dois irmãos. Estudei em escola pública até o terceiro colegial, sendo que aos 14 anos comecei a trabalhar como office boy em uma imobiliária e depois na gráfica, onde fiquei até os 18 anos.

Sempre admirou a segurança pública?

Na adolescência já tinha comigo que iria trabalhar com segurança pública e Direito. Como cresci em uma cidade relativamente pequena, que está permeada por presídios, acabou que meus vínculos de amizade fossem de pessoas que trabalhavam em presídios ou eram policial civil ou militar.

Quando saiu de Venceslau?

Com 18 para 19 anos fiz três concursos. Polícia Civil, Agente Penitenciário e Polícia Militar, graças a Deus passei em todos, sendo que optei pela secretaria de administração penitenciaria. Com isso comecei a carreira em Mauá, em 2005, para trabalhar como agente penitenciário. Fiquei cerca de seis meses, depois fui transferido para o Belém, em São Paulo. Fiquei oito anos, até que em 2014 fui transferido para a penitenciaria de Presidente Venceslau.

Quais as experiências como agente?

Principalmente para minha carreira atual de delegado foi muito importante porque passei a conhecer de perto a criminalidade. Consegui ter noção de como funciona o sistema já que tive contato com diferentes tipos de criminosos. Por exemplo, conheci traficantes, homicidas, líderes do PCC e até o que chamamos de ladrão de varal. Ser agente foi uma escola muito positiva que levo para o resto da vida, consegui entender o que esperar de cada pessoa.

Depois prestou outros concursos?

No meio da trajetória, ainda em São Paulo, me formei em Direito em 2012, sempre tinha em mente que queria atuar como delegado. Voltei para Venceslau em 2014, mas um pouco antes fiz concurso para a Justiça Federal e outro para delegado. Saiu a nomeação para a Justiça Federal em Andradina, para ser Técnico Judiciário Federal, fiquei quase dois anos na função. Foi importante porque não tinha noção da parte processual propriamente dita. E essa função deu um bom norte, fui muito válido para depois atuar como delegado.

E a carreira de delegado?

Fui nomeado no concurso de Delegado em 2017, iniciei em Lavínia. Servi cerca de seis meses na cidade, depois fui transferido para ser auxiliar do Dr. Silvio, que aposentou em 2021.  É uma carreira apaixonante porque alia a questão de conhecimento jurídico com a parte policial. Não tenho uma rotina de trabalho fixa, essa mescla é o que me deixou apaixonado pela profissão.

Quais os maiores desafios?

Escassez de material humano! A falta de policial no interior é algo preocupante. Hoje estamos em um total de 11 funcionários, quando cheguei eram 18 pessoas, então você pode imaginar o quanto mudou em quase quatro anos. A reposição de profissional é muito lenta, sofremos muito na Policia Civil.

O que mudou na pandemia?

Aumentou muito a violência doméstica. As pessoas passaram a ficar mais em casa, saindo menos, com isso teve uma explosão de violência doméstica e também de abuso sexual. A orientação é denunciar na primeira ocorrência porque não vai parar por aí. As vezes a pessoa fica na dúvida porque é casado há 10 anos, por exemplo, mas sempre digo, se não quebrar o ciclo no início vai continuar.

Tem alguma distração no dia a dia?

Uma grande paixão é o ciclismo. Faço parte de um grupo que sempre pega a bicicleta para visitar cachoeiras e fazer passeios. É uma forma de ajudar na saúde e também na distração. Além disso, temos o viés social para ajudar os mais necessitados.

Gostaria de deixar uma mensagem final?

Quero agradecer a todos os moradores da região de Mirandópolis, Lavínia, Guaraçaí e Andradina. É que quando chegamos em um lugar sempre tem aquele receio de como seremos recebidos, mas aqui fui muito bem acolhido, por toda comunidade. Tenho bom trânsito na sociedade civil, polícia civil e militar, penitenciarias, Rotary, OAB, entre outras entidades. Só quero deixar meu muito obrigado!


                       
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